O Psol comemorou a tempestade, mas mesmo assim Nunes venceu Boulos no ‘duelo do apagão’
A disputa política entre o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o deputado Guilherme Boulos (PSOL) no segundo turno das eleições municipais em São Paulo tem gerado intensas discussões, principalmente em relação ao “duelo” nas redes sociais. Um relatório do grupo “Democracia em Xeque” indicou que o prefeito Nunes teve um desempenho superior a Boulos em termos de visualizações e engajamento nas redes, especialmente após o blecaute que atingiu a cidade no dia 11 de outubro. Segundo essa análise, Nunes se saiu melhor em termos de visibilidade e controle da narrativa.
A polêmica aumentou com a divulgação de uma análise interna de um integrante do PSOL, obtida pelo site Metrópoles, que se referia ao apagão como um “santo apagão”, insinuando que a tragédia teria favorecido Boulos ao reduzir a vantagem de Nunes nas pesquisas. O texto, que causou revolta, sugere que um novo temporal poderia beneficiar ainda mais a campanha do candidato do PSOL. A coordenação de Boulos nega a autoria do documento.
Nos vídeos mais visualizados de Nunes, o prefeito aparece vestindo o colete da Defesa Civil, criticando a concessionária Enel e o governo federal, enquanto destaca as ações de sua administração no socorro às vítimas dos temporais. Essa postura proativa rendeu-lhe maior visibilidade no TikTok, com alguns de seus vídeos alcançando entre 331.900 e 440.800 visualizações, tornando-se os mais vistos da campanha.
Por outro lado, Boulos centrou sua narrativa nas críticas à Enel e às consequências da tempestade, além de atacar Nunes por omissão na manutenção da cidade, especialmente na poda de árvores. Embora tenha obtido sucesso com um vídeo sobre o debate da Band, suas visualizações gerais ficaram atrás das de Nunes.
Essa batalha digital reflete como as campanhas políticas utilizam tragédias e crises para moldar suas narrativas e influenciar a percepção pública. Enquanto o PSOL tenta minimizar o impacto do apagão, a análise mostra que Nunes conseguiu capitalizar politicamente sobre a situação, com uma comunicação mais eficaz, ganhando assim uma vantagem significativa no cenário das redes sociais.
A disputa pelo controle da narrativa entre Nunes e Boulos ainda promete desdobramentos, à medida que ambos buscam mobilizar suas bases e conquistar votos nas semanas finais da campanha. Contudo, o embate em torno do apagão e dos vídeos nas redes aponta que o eleitor paulistano está atento às respostas concretas e à capacidade de gestão diante de crises.