PGR quer avaliar explicações do X sobre lives de perfis bloqueados
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, solicitou nesta quinta-feira (5) que a Polícia Federal (PF) forneça um parecer técnico sobre a justificativa dada pela rede social X (antigo Twitter) para transmissões ao vivo feitas por perfis que estavam suspensos por determinação judicial. O objetivo é verificar a plausibilidade das explicações técnicas apresentadas pela plataforma.
Esse pedido foi enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para que ele avalie a solicitação e, se concordar, autorize a notificação da PF para realizar a análise pericial.
Em abril, a PF identificou pelo menos seis perfis que, mesmo bloqueados judicialmente, conseguiram participar de transmissões ao vivo e interagir com outros usuários. Entre os perfis envolvidos estão figuras como os blogueiros Allan dos Santos, Oswaldo Eustáquio, Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho, o senador Marcos do Val, o comentarista Rodrigo Constantino e o canal Terça Livre.
Os antigos representantes do X no Brasil alegaram que o problema foi causado por uma “falha técnico-operacional” e que medidas corretivas já haviam sido solicitadas. A empresa também argumentou que houve uma “manobra” dos usuários bloqueados, que foram convidados por contas ativas para participar de conversas ao vivo através da função Spaces da plataforma. A rede social ainda afirma que esses casos foram “absolutamente excepcionais” e que as brechas resultaram de tentativas dos usuários de contornar as medidas restritivas.
O episódio ocorreu antes do recente banimento do X no Brasil, ordenado pelo ministro Alexandre de Moraes, devido à recusa da empresa em nomear novos representantes legais para responder às demandas judiciais. A plataforma também acumula uma dívida de mais de R$ 18 milhões em multas por não cumprir decisões da Justiça brasileira.