Denúncia inédita expõe silêncio de Alexandre de Moraes e gera questionamentos

Conhecido por uma atuação firme, combativa e sem recuos, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes sempre se destacou por enfrentar adversários com rapidez e rigor. Ao longo dos últimos anos, acumulou decisões polêmicas, embates públicos e críticas, mas nunca deixou de reagir quando desafiado — fosse por políticos, empresários ou influenciadores de grande alcance.

Esse histórico consolidou a imagem de um magistrado que não hesita em agir. Em diferentes episódios, denúncias, críticas ou questionamentos resultaram em investigações, inquéritos e medidas duras. Até figuras internacionalmente poderosas, como o bilionário Elon Musk, entraram em rota de colisão direta com o ministro.

No entanto, um episódio recente chamou atenção por destoar desse padrão.

A jornalista Malu Gaspar publicou uma denúncia envolvendo Alexandre de Moraes, contestando diretamente a versão apresentada pelo ministro sobre um determinado episódio. A reportagem repercutiu amplamente, gerou debates e foi amplamente compartilhada. Ainda assim, até o momento, não houve qualquer reação pública do ministro, tampouco abertura de inquérito, diligências da Polícia Federal ou medidas judiciais contra a jornalista.

O silêncio surpreendeu críticos e observadores do cenário político e jurídico. Nas redes sociais, a ausência de resposta foi interpretada como um recuo inédito. No X (antigo Twitter), a ativista Claudia Wild ironizou a situação ao questionar por que, nesse caso específico, não houve as mesmas providências vistas em episódios anteriores envolvendo cidadãos comuns ou ativistas políticos.

O contraste levantou uma questão central: por que a reação foi diferente desta vez?

Analistas apontam que a resposta pode estar no peso institucional do jornalismo profissional. Malu Gaspar é uma jornalista reconhecida, com carreira consolidada, respaldo editorial e atuação em um grande veículo de comunicação. Suas reportagens passam por apuração rigorosa, edição e estão amparadas pela liberdade de imprensa, um pilar constitucional.

Diferentemente de postagens isoladas em redes sociais, uma denúncia jornalística envolve custos políticos e institucionais muito maiores para qualquer tentativa de retaliação. Uma reação dura poderia gerar repercussão internacional, questionamentos sobre censura e novos desgastes à imagem do Judiciário.

Assim, a chamada “força” de Malu Gaspar não estaria em características pessoais, mas no capital simbólico que carrega: a credibilidade jornalística, a visibilidade nacional e a proteção institucional da imprensa profissional.

O episódio, ainda em aberto, levanta dúvidas sobre critérios, limites e padrões de atuação do poder Judiciário diante de críticas e denúncias. Se representa apenas uma exceção ou um sinal de mudança de postura, só o tempo dirá. Por ora, o silêncio permanece — e as perguntas continuam ecoando no debate público.

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Bruno Rigacci

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