Situação só piora: Nova denúncia diz que Moraes também pressionou a PF no caso do Banco Master

Banqueiros e autoridades de Brasília afirmam que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), teria procurado a Polícia Federal em busca de informações sobre investigações relacionadas à compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB), instituição financeira pública do Distrito Federal. As alegações vieram a público nesta quarta-feira (24) em coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.

Segundo a colunista, as mesmas fontes relatam que Moraes também teria exercido pressão sobre o Banco Central no contexto da mesma operação. Ainda de acordo com a reportagem, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, teria comunicado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a situação, recebendo como resposta a orientação para que fizesse “o que fosse necessário”.

Investigações e prisão

A Polícia Federal prendeu em novembro o presidente do Banco Master, Daniel Vorcaro. No mesmo dia, o Banco Central decretou a liquidação da instituição. Dirigentes tanto do Master quanto do BRB passaram a ser investigados no âmbito do caso.

O episódio ganhou ainda mais repercussão após a revelação de que o escritório de advocacia de Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro Alexandre de Moraes, mantém um contrato de R$ 129 milhões com o Banco Master, informação divulgada anteriormente pelo jornal O Globo.

Negativas da Polícia Federal

Questionado pela Folha, Andrei Rodrigues negou as alegações.
“Eu já ouvi isso por aí, mas é mentira. O ministro Alexandre de Moraes nunca falou comigo sobre esse assunto”, afirmou o diretor-geral da PF.

Rodrigues reconheceu que mantém contato frequente com Moraes em razão de inquéritos sob relatoria do ministro no STF, mas disse que o tema Banco Master jamais foi tratado nessas conversas. Ele também negou ter discutido qualquer interação entre Moraes e a PF com o presidente Lula relacionada às investigações.

Alegações de pressão sobre o Banco Central

Paralelamente, a colunista Malu Gaspar, do O Globo, publicou que Moraes teria pressionado o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em defesa dos interesses do Banco Master. Segundo a reportagem, o ministro teria feito ao menos três ligações telefônicas, além de participar de um encontro presencial, questionando o andamento do processo de venda do banco ao BRB.

Resposta do STF e do BC

Em nota divulgada na terça-feira (23), o STF contestou as informações. O tribunal afirmou que o diálogo entre Moraes e Galípolo tratou exclusivamente das sanções impostas pela Lei Magnitsky, negando qualquer interferência relacionada ao Banco Master.

O comunicado destacou ainda que “inexistiu qualquer ligação telefônica entre ambos para esse ou qualquer outro assunto” e que o escritório de advocacia da esposa do ministro não atuou na operação de aquisição BRB-Master perante o Banco Central.

O Banco Central confirmou apenas que houve um encontro entre Moraes e Galípolo para tratar da Lei Magnitsky, sem esclarecer se o caso envolvendo o Banco Master foi mencionado.

Contexto internacional

Alexandre de Moraes e sua esposa foram alvo de sanções financeiras do governo dos Estados Unidos em 30 de julho, sob a alegação de que o ministro teria atuado contra empresas norte-americanas e contra a liberdade de expressão. As restrições foram suspensas em 12 de dezembro, após encontros entre os presidentes Lula e Donald Trump.

O caso segue cercado de versões conflitantes, enquanto as investigações sobre o Banco Master continuam em andamento.

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Bruno Rigacci

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