Globo entra em rota de colisão com Alexandre de Moraes
A Rede Globo sempre jogou pesado no cenário político e institucional brasileiro. Não por acaso, lidera há décadas a comunicação de massa no país, exercendo influência decisiva sobre a opinião pública e os rumos do debate nacional.
Nos últimos dias, porém, o grupo de comunicação parece ter decidido encarar mais um desafio de grandes proporções. De forma repentina — e para muitos, nada casual —, os holofotes da emissora e de seus principais colunistas passaram a se voltar diretamente contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O movimento chamou atenção pelo timing. As críticas e revelações surgem logo após a presença de Moraes em um evento promovido pelo SBT, principal concorrente da Globo na televisão aberta. Coincidência ou não, a mudança de postura é vista por analistas como um sinal claro de que a relação entre o ministro e o maior grupo de mídia do país entrou em zona de turbulência.
Revelações em sequência
A estratégia parece ter sido cuidadosamente escalonada. Em um primeiro momento, a colunista Malu Gaspar revelou a existência de um contrato de R$ 129 milhões envolvendo o Banco Master e a esposa do ministro. Em seguida, Lauro Jardim trouxe à tona informações sobre o crescimento expressivo do patrimônio da mesma, ampliando o foco das atenções.
Nesta segunda-feira (22), uma nova reportagem aprofundou ainda mais as suspeitas, sugerindo que Alexandre de Moraes teria atuado de forma incompatível com o cargo ao assumir, segundo as informações divulgadas, um papel que se assemelharia ao de intermediação de interesses privados — algo que, se comprovado, configuraria uma situação de extrema gravidade institucional.
Escalada e tensão
Embora todas as acusações ainda precisem ser devidamente apuradas e esclarecidas, o fato é que o tom das publicações indica que novas revelações podem surgir nos próximos dias. A escalada narrativa adotada pela Globo sugere que o grupo não pretende recuar tão cedo.
Para críticos do atual arranjo institucional brasileiro, esse embate pode representar uma oportunidade de ampliar o debate sobre transparência, conflitos de interesse e limites de atuação de ministros do Supremo — temas que, até aqui, raramente avançaram além da retórica.
Se confirmadas as suspeitas ou não, uma coisa parece clara: o confronto entre um dos ministros mais poderosos do STF e o maior conglomerado de mídia do país promete capítulos difíceis de ignorar. E, como a história recente mostra, quando a Globo decide cobrar uma conta, o impacto costuma ser profundo.





