Vazamento de reuniões entre Moraes e presidente do BC gera crise em Brasília e expõe tensão no STF
Após semanas de silêncio, a Rede Globo passou a dar destaque a um episódio que caiu como uma bomba nos bastidores de Brasília: o vazamento de reuniões entre o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.
A revelação foi feita pelo jornal O Globo, que informou que os encontros teriam ocorrido ao menos quatro vezes e que, segundo a apuração do veículo, teriam como objetivo pressionar em favor do Banco Master, instituição envolvida em disputas regulatórias.
A publicação provocou forte repercussão política e jurídica. Diante das acusações, Alexandre de Moraes negou qualquer irregularidade, afirmando que as reuniões ocorreram exclusivamente “em virtude da aplicação da Lei Magnitsky”, legislação internacional usada para sanções contra indivíduos acusados de violações graves de direitos humanos.
No entanto, a versão apresentada pelo ministro foi colocada em xeque durante debates na GloboNews. Comentaristas do canal afirmaram que, de acordo com as informações apuradas, a Lei Magnitsky sequer teria sido discutida em ao menos uma das reuniões citadas na reportagem, o que aumentou a pressão por esclarecimentos.
A colunista Malu Gaspar, autora da matéria que revelou o caso, também se manifestou publicamente. Ao comentar as críticas recebidas após a publicação, ela defendeu o trabalho jornalístico e rejeitou a ideia de que a reportagem representaria um ataque institucional ao Supremo Tribunal Federal.
“Não é um ataque ao STF! Estamos cumprindo o nosso papel! Se eles não cumprem o deles, a gente não pode fazer nada”, afirmou a jornalista.
A declaração reforçou o embate entre setores do Judiciário e da imprensa, reacendendo o debate sobre transparência, limites institucionais e a relação entre autoridades públicas e jornalistas. Nos bastidores, o caso é visto como mais um episódio que tensiona a já delicada relação entre o STF, o Banco Central e a opinião pública.
Até o momento, nem o Supremo Tribunal Federal nem o Banco Central divulgaram esclarecimentos adicionais além das negativas iniciais. Parlamentares e analistas avaliam que o caso pode ganhar novos desdobramentos, especialmente caso surjam documentos ou registros oficiais sobre o conteúdo das reuniões.
O episódio marca uma inflexão na cobertura do tema por parte da grande imprensa e reforça o peso político de vazamentos que envolvem autoridades de alto escalão, em um cenário de crescente desconfiança institucional.





