Maior concorrente da Havaianas ganha quase meio milhão de seguidores em menos de 24h

A repercussão negativa do comercial da Havaianas, estrelado por Fernanda Torres, acabou produzindo um efeito inesperado no mercado de sandálias. Em meio às críticas e ao boicote organizado nas redes sociais, a principal beneficiada foi a marca Ipanema, concorrente direta da Havaianas.

Em apenas 24 horas, o perfil oficial das sandálias Ipanema no Instagram registrou um crescimento expressivo, ultrapassando a marca de 440 mil novos seguidores. O aumento veio acompanhado de uma enxurrada de comentários, majoritariamente de usuários alinhados à direita, muitos deles afirmando explicitamente que pretendem abandonar a Havaianas após a campanha polêmica.

O movimento começou após a ampla circulação do vídeo publicitário protagonizado por Fernanda Torres, que foi interpretado por parte do público como uma mensagem política indireta. No trecho mais criticado do comercial, a atriz afirma:

“Desculpa, mas eu não quero que você comece 2026 com o pé direito.
Não, não é nada contra a sorte, mas vamos combinar: sorte não depende de você, né? Depende de sorte.”

A fala foi rapidamente associada, nas redes sociais, a um recado ideológico disfarçado, o que desencadeou críticas, campanhas de boicote e cobranças por um posicionamento oficial da empresa. Diante da reação negativa, a publicidade foi retirada do ar, mas a Havaianas e sua controladora, a Alpargatas, permaneceram em silêncio, o que ampliou o desgaste.

Enquanto isso, a Ipanema passou a ser vista por muitos consumidores como uma alternativa simbólica à marca tradicional, mesmo sem ter feito qualquer campanha direta ou provocação pública. O crescimento orgânico do perfil evidencia como crises de imagem podem redirecionar rapidamente a atenção e a preferência do consumidor.

O episódio reforça um alerta para o mercado publicitário: em tempos de redes sociais e forte polarização política, uma campanha mal interpretada pode não apenas gerar rejeição, mas também fortalecer diretamente a concorrência — tudo em questão de horas.

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Bruno Rigacci

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