Havaianas tem perda milionária e mantém vergonhoso silêncio

Em meio à forte repercussão negativa do novo comercial da Havaianas, estrelado pela atriz Fernanda Torres, a Alpargatas, controladora da marca, registrou uma perda estimada em R$ 200 milhões em valor de mercado nesta segunda-feira. A campanha publicitária passou a ser alvo de críticas após ser interpretada como uma indireta política direcionada à direita brasileira.

No vídeo, Fernanda Torres afirma que não deseja que o público comece o novo ano com o “pé direito”, expressão tradicionalmente associada à sorte, mas que ganhou conotação política para parte dos espectadores. O trecho central do comercial diz:

“Desculpa, mas eu não quero que você comece 2026 com o pé direito. Não é nada contra a sorte, mas vamos combinar: sorte não depende de você, depende de sorte. O que eu desejo é que você comece o ano novo com os dois pés. Os dois pés na porta, os dois pés na estrada, os dois pés na jaca, os dois pés onde você quiser. Vai com tudo, de corpo e alma, da cabeça aos pés. Havaianas, todo mundo usa, todo mundo ama.”

A fala foi rapidamente associada, nas redes sociais, a uma mensagem ideológica disfarçada, o que impulsionou críticas, campanhas de boicote e desgaste da imagem da marca.

No mercado financeiro, a reação foi imediata. Por volta das 16h53, as ações da Alpargatas (ALPA4) recuavam 2,56%, cotadas a R$ 11,42. Mais cedo, às 16h20, os papéis chegaram a registrar queda de 3,4%, intensificando a perda de valor de mercado da companhia ao longo do pregão.

Diante da repercussão negativa, o comercial foi retirado do ar, mas a empresa optou por não se manifestar publicamente até o momento. O silêncio absoluto da Alpargatas tem sido alvo de críticas adicionais, já que investidores e consumidores aguardam esclarecimentos sobre a estratégia adotada e os impactos da campanha.

O episódio reacende o debate sobre os riscos de misturar publicidade e posicionamento político, especialmente para marcas de consumo massivo. No caso da Havaianas, uma campanha que pretendia ser simbólica e provocativa acabou se transformando em um problema de imagem — com reflexos diretos no mercado financeiro.

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Bruno Rigacci

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