Projeto que beneficia Bolsonaro e presos pelo 8/1 vai a sanção presidencial

Com a aprovação no Senado nesta quarta-feira (17), o Projeto de Lei da Dosimetria — que altera critérios de fixação de penas para condenados pelos atos de 8 de Janeiro e pode alcançar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) — segue agora para análise do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A proposta foi aprovada por 48 votos a favor e 25 contrários, representando o segundo revés do governo no mesmo dia em relação ao tema. O resultado evidenciou a força do Congresso Nacional na condução da pauta e ampliou a pressão política sobre o Palácio do Planalto, que agora terá de decidir entre a sanção ou o veto do texto.

A votação também foi interpretada como uma demonstração de poder do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Antes mesmo da apreciação do projeto na Câmara dos Deputados, Alcolumbre já havia se comprometido publicamente com a tramitação da matéria, defendendo o que chamou de “modernização” da legislação relacionada aos crimes contra as instituições democráticas.

Nos bastidores, a relação entre Lula e Alcolumbre permanece tensionada. O desgaste se intensificou após o presidente da República optar por indicar o advogado-geral da União, Jorge Messias, para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), frustrando expectativas no Senado de que o escolhido fosse Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ex-presidente da Casa.

Aliados do governo reconhecem que um eventual veto ao PL da Dosimetria pode agravar ainda mais o clima político no Congresso e dificultar futuras articulações, inclusive no que diz respeito à tramitação de indicações ao STF. Por outro lado, setores do Executivo avaliam que a sanção do projeto pode gerar desgaste junto a parte da base política e a segmentos do Judiciário.

Diante do cenário, a decisão de Lula será acompanhada de perto por parlamentares, ministros e pela opinião pública. O desfecho deverá indicar o grau de disposição do presidente em enfrentar o Congresso ou buscar uma saída de acomodação política em meio ao impasse.

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Bruno Rigacci

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