TRF-4 abre processo disciplinar e mantém afastamento de juiz federal investigado por furto em supermercado

A Corte Especial Administrativa do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) decidiu instaurar um processo administrativo disciplinar (PAD) contra o juiz federal Eduardo Appio e manter seu afastamento do cargo. O magistrado é investigado pela suposta prática de furto de garrafas de champanhe em um supermercado de Blumenau, em Santa Catarina.

A ocorrência foi registrada em outubro deste ano. De acordo com o boletim de ocorrência, duas garrafas de champanhe da marca Moët, avaliadas em cerca de R$ 500 cada, teriam desaparecido do estabelecimento em datas distintas: 20 de setembro e 4 de outubro.

Segundo o registro policial, o suspeito foi descrito como “um senhor de aproximadamente 72 anos, usando óculos e com cerca de 1,76 metro de altura”, que teria deixado o local dirigindo um veículo Jeep Compass. Após checagem da placa informada pelo supervisor do supermercado, a Polícia Civil constatou que o automóvel está registrado em nome de Eduardo Appio.

Com a identificação do magistrado, a Polícia Civil encaminhou o caso ao TRF-4, uma vez que apenas o tribunal tem competência para apurar eventuais condutas irregulares praticadas por juízes federais. Imagens e documentos reunidos durante a investigação foram enviados à Corte para análise.

A decisão do TRF-4 prevê a apuração detalhada dos fatos no âmbito administrativo e a manutenção do afastamento de Appio enquanto o processo disciplinar estiver em andamento.

A repercussão do caso também chegou ao meio político. Em publicação na rede social X (antigo Twitter), o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) fez duras críticas ao magistrado.
“Esse ladrão aloprado foi o juiz escolhido pelo sistema para atuar na 13ª Vara Federal de Curitiba, prejudicar a Lava Jato, mentir sobre colegas e beneficiar corruptos. Era o herói do Prerrogativas. Estranhamente, ainda correm inquéritos no STF instaurados a partir de suas fantasias caluniosas”, escreveu o senador.

A defesa do juiz ainda não se manifestou publicamente sobre a decisão do TRF-4 nem sobre as acusações. O processo administrativo seguirá tramitando no tribunal, que poderá aplicar sanções administrativas caso as irregularidades sejam confirmadas.

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Bruno Rigacci

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