Em reviravolta, advogado de Trump mostra o que poucos perceberam sobre “recuo”

O advogado Martin De Luca, que representa empresas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que a retirada das sanções impostas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com base na Lei Magnitsky, não deve ser interpretada como um recuo definitivo do governo norte-americano.

Segundo De Luca, a decisão está condicionada à expectativa de que o Brasil cumpra compromissos assumidos, especialmente no que diz respeito à reversão de medidas classificadas como censura.

De acordo com o advogado, o foco das autoridades americanas permanece inalterado:

“O foco está na reversão das medidas de censura que despertaram ampla preocupação nos Estados Unidos. Esperamos e acreditamos que as autoridades brasileiras cumpram os compromissos que assumiram.”

Sanções como instrumento de pressão

De Luca reforçou que sanções internacionais não são um fim em si mesmas, mas um instrumento de pressão política para induzir mudanças institucionais.

“Sanções não são um fim em si mesmas. Elas são uma forma de pressão para produzir mudanças.”

Segundo ele, autoridades brasileiras vêm tentando negociar com seus interlocutores nos Estados Unidos e sinalizando disposição para recuar em práticas que ele classifica como censura e lawfare.

“A recente votação na Câmara e outras medidas foram passos visíveis, mas não os únicos. O que vem a seguir dependerá de saber se essa correção de rumo será real.”

Mensagem aos brasileiros

Em publicação no X (antigo Twitter), De Luca também se dirigiu diretamente aos brasileiros, reconhecendo o sentimento de frustração gerado pelo episódio e afirmando que o momento deve ser visto como um teste institucional.

“Compreendo a frustração e a dor que muitos brasileiros estão sentindo neste momento. É real e vem de ver direitos fundamentais sendo levados ao limite.”

O advogado destacou que a pressão internacional pode gerar atenção, mas não substitui mudanças internas efetivas:

“Desde o início, tenho sido consistente em afirmar que a pressão externa pode chamar a atenção e gerar influência, mas, por si só, não produz mudanças duradouras.”

Segundo ele, transformações reais dependem do cumprimento de compromissos e do retorno das instituições aos princípios fundamentais:

“Isso só acontece quando as autoridades cumprem seus compromissos e as instituições retornam aos princípios fundamentais do devido processo legal e da liberdade de expressão.”

De Luca concluiu afirmando que o momento pode representar uma oportunidade para o país:

“Este momento pode ser uma oportunidade para o Brasil virar a página, baixar a temperatura e restaurar a vibrante vida democrática que outrora o tornou um modelo regional.”

E finalizou com um alerta:

“Isto não é o fim de nada. É um teste para ver se as palavras se transformam em ações. Continuo focado na liberdade de expressão e no devido processo legal, e continuo observando o que vem a seguir.”

Cenário em aberto

As declarações introduzem um tom de cautela após a retirada das sanções, sugerindo que o gesto do governo norte-americano pode representar uma reavaliação temporária, e não o encerramento definitivo das tensões diplomáticas.

Uma reviravolta em uma perspectiva inicialmente negativa — mas cujo desfecho final, como indicam os próprios envolvidos, dependerá do tempo e das próximas ações.

Compartilhe nas redes sociais

Bruno Rigacci

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site usa cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site! ACEPTAR
Aviso de cookies