Bolsonaristas veem candidatura de Flávio como estratégia para preservar alternativas até 2026
Setores da base bolsonarista têm interpretado a escolha de Flávio Bolsonaro como pré-candidato à Presidência em 2026 não apenas como a definição de um nome, mas como um movimento estratégico diante do cenário de incertezas jurídicas que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e figuras próximas a ele.
Desde que Bolsonaro ficou inelegível por decisão do TSE, aliados têm observado que diferentes nomes ligados ao ex-presidente passaram a enfrentar desgastes e questionamentos judiciais. Eduardo Bolsonaro, que chegou a ser cotado, tornou-se alvo de novos processos. Já Flávio, antes mesmo de confirmar qualquer intenção eleitoral, viu uma vigília organizada por seus apoiadores ser enquadrada como possível ato irregular.
Diante desse histórico, lideranças próximas ao ex-presidente argumentam que Bolsonaro não teria interesse em expor precocemente seu nome mais competitivo, caso ele exista, num ambiente onde cada movimento tende a ser judicializado. Por essa leitura, lançar Flávio agora seria uma forma de manter a coesão do grupo, evitar disputas internas e, ao mesmo tempo, preservar opções para mais adiante.
Essa interpretação ganhou força após a confirmação de que Jair Bolsonaro decidiu apoiar o filho mais velho, consolidando sua pré-candidatura. Apoiado por grande parte da militância, Flávio entra oficialmente no jogo eleitoral enquanto outros nomes — considerados “reservas de luxo” por apoiadores — permanecem afastados do centro das atenções.
Articuladores do campo conservador avaliam que a estratégia funciona como uma espécie de “escudo político”: o senador assume a linha de frente no momento, enquanto eventuais alternativas permanecem resguardadas para o caso de mudanças no cenário eleitoral ou jurídico ao longo dos próximos meses.
A mensagem predominante entre aliados é de que o apoio a Flávio, neste momento, garante estabilidade ao grupo e tempo para que outras lideranças continuem aptas, caso seja necessário rearranjar a formação para a disputa de 2026.





