Motta se manifesta sobre confusão e “surto” de Glauber na Câmara
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que a atitude do deputado Glauber Braga (PSol-RJ), ao ocupar a cadeira da Mesa Diretora durante a sessão desta quarta-feira, configura um gesto que “desrespeita a Câmara” e se aproxima do comportamento dos “extremistas que tanto critica”. A declaração foi feita poucas horas após o tumulto que levou ao esvaziamento do plenário e à interrupção da transmissão oficial da Casa.
A confusão teve início logo após a inclusão do processo de cassação de Glauber na pauta. O procedimento foi aberto em razão do episódio em que o parlamentar agrediu um manifestante ligado ao Movimento Brasil Livre (MBL), em 2024. Ao tomar assento na Mesa Diretora em ato de protesto, Glauber passou a contestar a condução da sessão e se recusou a deixar o local.
Por determinação de Hugo Motta, a Polícia Legislativa retirou todos os profissionais de imprensa e restringiu a permanência no plenário apenas a parlamentares. Em seguida, agentes conduziram Glauber Braga para fora do local. A deputada Sâmia Bonfim (PSol-SP), esposa do parlamentar, também foi retirada pelos policiais após tentar intervir.
Segundo Motta, a postura de Glauber ultrapassou os limites do debate político:
“Ocupar a Mesa, impedir o andamento da sessão e provocar tumulto é um gesto que desrespeita a Câmara. É incoerente com o discurso que ele faz contra extremistas.”
O episódio intensificou a tensão entre aliados e opositores de Glauber, que acusam a Mesa Diretora de adotar medidas arbitrárias, como o esvaziamento completo do plenário e a retirada da imprensa. Já apoiadores de Motta defendem que a intervenção policial se fez necessária para restabelecer a ordem e permitir a continuidade dos trabalhos legislativos.
A análise do processo de cassação do parlamentar ainda deve retornar à pauta após a normalização das atividades.
