Motta age, pega Lula de surpresa e Bolsonaro pode ser beneficiado em poucas horas
Auxiliares do Palácio do Planalto afirmaram ter sido surpreendidos pela iniciativa do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), de levar ao plenário, nesta terça-feira (9/12), a votação do chamado “PL da Dosimetria” — proposta que prevê redução das penas aplicadas a condenados pelos atos de 8 de janeiro.
A movimentação não figurava entre as prioridades imediatas do governo Lula, segundo interlocutores da articulação política, que não esperavam qualquer avanço do tema ainda em 2025. Dentro do governo, a decisão foi interpretada como repentina.
De acordo com integrantes próximos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a avaliação interna é de que Motta teria cedido à pressão de parlamentares que defendem o projeto, especialmente porque a medida tende a beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro, citado no relatório em discussão.
Relatos de aliados do presidente da Câmara indicam que a decisão de pautar a proposta só se consolidou na reunião de líderes realizada na manhã desta terça-feira. Até então, segundo esses relatos, não havia consenso sobre a conveniência política de avançar com o tema.
A mudança de postura foi vista por parte dos parlamentares como uma reviravolta repentina, reacendendo debates internos sobre o impacto político da medida e seu potencial de alterar a correlação de forças entre governo e oposição.





