Contran aprova novas regras para obtenção da CNH e flexibiliza exigências para aulas teóricas e práticas

O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) aprovou, na segunda-feira (1º), uma resolução que altera de forma significativa o processo para obter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A principal mudança é o fim da obrigatoriedade de aulas em autoescolas, medida que entrou em vigor com a publicação da norma no Diário Oficial da União (DOU).

Segundo o governo federal, o objetivo é reduzir custos e simplificar a formação de novos motoristas. Dados do Ministério dos Transportes indicam que o preço da habilitação ainda é um dos maiores obstáculos para cerca de um terço dos brasileiros, e estimativas apontam que mais de 20 milhões de pessoas dirigem sem carteira no país.

Parte teórica passa a ser mais flexível

O conteúdo teórico continua obrigatório, mas deixa de existir uma carga horária mínima. O candidato poderá estudar:

  • presencialmente ou on-line;

  • em autoescolas;

  • em instituições de ensino a distância credenciadas;

  • em escolas públicas de trânsito;

  • ou em entidades integrantes do Sistema Nacional de Trânsito.

Instrutores autônomos e menos horas práticas

A resolução também modifica a etapa prática. Entre os principais pontos:

  • criação e regulamentação de instrutores autônomos, que poderão atuar fora das autoescolas tradicionais;

  • redução da carga horária mínima prática de 20 horas para duas horas;

  • permissão para treinar — e até realizar o exame — com o próprio veículo do candidato.

Para ampliar o número de profissionais disponíveis, o Ministério dos Transportes oferecerá capacitação gratuita para novos instrutores. Para atuar, será necessário:

  • ter mais de 21 anos;

  • ensino médio completo;

  • pelo menos dois anos de CNH na categoria correspondente;

  • não ter cometido infração gravíssima no último ano.

A autorização será controlada pelos Detrans e registrada no aplicativo da CNH.

Exames continuam obrigatórios

As provas teóricas e práticas permanecem obrigatórias. A resolução também extingue o prazo máximo de 12 meses para conclusão do processo — o encerramento passa a seguir apenas os critérios definidos na nova regulamentação.

Motoristas profissionais

Para condutores das categorias C, D e E, a norma flexibiliza a formação e amplia o número de instituições aptas a ofertar cursos. O exame toxicológico continua obrigatório.

Impactos no setor de autoescolas

Representantes do setor têm manifestado preocupação com possíveis impactos econômicos, incluindo redução de demanda e fechamento de empresas. Entidades ligadas às autoescolas afirmam que estudam medidas para enfrentar a mudança, enquanto o governo argumenta que o novo modelo aumenta a concorrência, reduz custos e amplia o acesso à habilitação.

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Bruno Rigacci

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