Diretor da maior rede social do mundo é convocado por CPI

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado aprovou, nesta quarta-feira (26), a convocação de Conrado Leister, diretor da Meta no Brasil, para prestar esclarecimentos formais ao colegiado. A iniciativa foi defendida pelo relator Alessandro Vieira (MDB-SE), que busca aprofundar a análise sobre as estratégias da big tech para impedir que suas plataformas sejam utilizadas por facções criminosas.

O objetivo da convocação é esclarecer como mecanismos de moderação, segurança e rastreamento têm sido aplicados para coibir atividades como divulgação, financiamento e operacionalização de crimes no ambiente digital — práticas que, segundo especialistas, vêm se sofisticando nos últimos anos.

Durante a sessão desta quarta-feira, o presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, destacou que organizações criminosas passaram a explorar de maneira mais intensa golpes e modalidades variadas de estelionato. Ele afirmou que o ambiente digital se tornou um campo fértil para ampliar fontes de renda ilícita e diversificar operações.

O relator Alessandro Vieira reforçou a preocupação da comissão com a possível utilização de plataformas digitais para fins criminosos.
Segundo ele, “anúncios dessa natureza poderiam constituir fontes de receita e métodos de lavagem de capitais para facções e organizações criminosas, objeto de investigação desta comissão”. O senador afirmou ainda que a CPI precisa compreender com mais profundidade como as empresas de tecnologia têm estruturado seus sistemas para mitigar esses riscos.

A sessão também contou com a participação do pesquisador Bruno Paes Manso, do Núcleo de Estudos da Violência da USP (NEV-USP). Em sua apresentação, Manso ofereceu uma análise abrangente sobre a evolução do crime organizado no Brasil, explicando como redes criminosas se tornaram mais complexas, estruturadas e influentes nas últimas décadas.

A convocação de Conrado Leister deve ocorrer nas próximas semanas e promete abrir uma nova frente de cobrança sobre o papel das plataformas digitais no enfrentamento ao crime organizado.

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Bruno Rigacci

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