PL promete votar Anistia nesta quarta (26); clima em Brasília é de tensão e expectativa
Após uma reunião realizada na tarde desta segunda-feira (24), deputados da bancada do PL afirmaram que a votação da Anistia será pautada nesta quarta-feira, 26 de novembro. A garantia, segundo integrantes do partido, ocorre em meio ao acirramento político provocado pela prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, detido desde o último sábado.
Um dos movimentos que chamou atenção nos bastidores foi a decisão do deputado Hugo Motta de cancelar uma viagem ao exterior. Em seguida, ele anunciou um rompimento político com o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias. Segundo analistas políticos ouvidos por aliados do PL, o gesto tem desdobramentos simbólicos, sendo interpretado como um afastamento direto do núcleo dirigente do PT, representado também pela presidente da sigla, Gleisi Hoffmann.
Interlocutores do Congresso avaliam que a prisão de Bolsonaro alterou o calendário político e antecipou a discussão em torno da Anistia. A percepção de parlamentares é que o tema poderia ter sido adiado para após o recesso ou até mesmo para o ano eleitoral, quando questões polarizadoras costumam ser exploradas como bandeiras de campanha. A Anistia, assim como temas ligados à segurança pública, crise econômica ou políticas sociais, seria usada para mobilizar bases e conquistar eleitores — o que agora, ao menos por enquanto, foi antecipado.
Há, porém, divergências sobre os motivos da aceleração da pauta. Parlamentares afirmam que a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que determinou a prisão do ex-presidente, ocorreu enquanto já circulavam rumores de que um pedido estaria pronto antes mesmo do episódio envolvendo a tornozeleira eletrônica. Para deputados do PL, essa coincidência levanta dúvidas sobre o timing da medida.
Com a votação marcada para quarta-feira, Brasília se prepara para um dos momentos mais tensos e simbólicos do período recente. A expectativa é que o resultado revele não apenas o alinhamento das forças políticas diante da Anistia, mas também a real composição entre progressistas, conservadores e legalistas dentro do Congresso Nacional — uma espécie de radiografia política das últimas décadas.
A sessão promete ser acompanhada de perto por parlamentares, assessores, movimentos organizados e pela sociedade, todos atentos ao que consideram uma das decisões mais significativas do atual cenário político.





