Nikolas prevê o pior…

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) fez novas declarações explosivas a respeito da situação do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmando que, antes mesmo da prisão do líder do PL, havia risco concreto contra sua vida. Segundo o parlamentar, setores de poder — que ele não especificou — teriam interesse direto na morte de Bolsonaro.

“Talvez algo que eu vou falar aqui possa ser pesado, mas é verdade: alguém quer ver o Bolsonaro morto. Essa é a realidade”, disse Nikolas em pronunciamento. O deputado afirmou que evitaria citar nomes explicitamente para não correr risco de medidas judiciais ou até prisão: “Não vou dar nomes aqui, porque senão eu posso ser preso também”.

Nikolas reforçou sua tese ao dizer que Bolsonaro enfrentaria “dificuldade de permanecer vivo” caso fosse enviado a um presídio comum, insinuando que o ambiente carcerário representaria ameaça concreta ao ex-presidente.

Insinuações sobre autoridades

Questionado se suas afirmações faziam referência a alguma autoridade específica, o deputado respondeu por meio de uma série de perguntas retóricas:

“Quem que mandou ele estar preso dessa forma? Foi quem? Quem conduziu uma eleição completamente falsa? […] De quem foi a ordem de colocar Bolsonaro na cadeia? Alexandre de Moraes.”

A declaração, ainda que indireta, atribui ao ministro do Supremo Tribunal Federal papel central na prisão de Bolsonaro. Nikolas concluiu:

“Falar que não tem interesse partidário e político em um juiz como [o ministro do STF] Alexandre de Moraes com relação à prisão de Bolsonaro é ignorar a realidade”.

As falas ampliam a tensão entre o bolsonarismo e o STF, sobretudo após a condenação de Bolsonaro. Até o momento, o Supremo não comenta declarações políticas de parlamentares, mantendo a regra institucional de não responder a ataques públicos sem pertinência processual.

Reações

As declarações repercutiram imediatamente entre aliados e opositores. Integrantes do PL e influenciadores bolsonaristas trataram as falas como alerta, reforçando o discurso de perseguição política. Já parlamentares de centro e oposição classificaram as afirmações como irresponsáveis e potencialmente incendiárias, alertando para os riscos de escalada de violência política.

Especialistas em direito constitucional lembram que ministros do STF não atuam sozinhos em decisões de prisão, que dependem de colegiado, e que acusações sem provas podem configurar ataques às instituições.

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Bruno Rigacci

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