Entenda o que é o acórdão e o que ele significa para o futuro de Bolsonaro
O STF (Supremo Tribunal Federal) publicou, na noite de segunda-feira (17), o acórdão do julgamento que rejeitou os primeiros recursos apresentados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e por outros seis réus condenados pela tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A divulgação formal do documento abre prazo para que as defesas possam apresentar novos recursos.
Com a publicação, passa a correr o prazo de cinco dias corridos para a apresentação de embargos de declaração, recurso destinado a apontar eventuais omissões, contradições ou obscuridades na decisão colegiada.
Etapa final antes de eventual prisão
Essa fase de recursos antecede o início do cumprimento das penas. A execução só começa após o processo atingir o trânsito em julgado, quando não há mais possibilidade de recorrer.
O relator, ministro Alexandre de Moraes, será responsável por analisar os novos recursos. Ele pode:
submeter os embargos ao colegiado, caso entenda que há elementos a serem discutidos;
negá-los individualmente, se considerar que os recursos têm caráter protelatório.
No voto que rejeitou os primeiros recursos, Moraes já havia indicado essa possibilidade ao afirmar que os embargos apresentados por Bolsonaro representavam apenas um “inconformismo” com a decisão.
Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto deste ano. Segundo apuração da analista da CNN Brasil Luísa Martins, há expectativa no STF de que o ex-presidente poderá começar a cumprir pena ainda neste mês, caso o trânsito em julgado ocorra.
Aliados visitam a Papuda
Na segunda-feira, senadores aliados de Bolsonaro visitaram o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília — um dos quatro locais cogitados pelo STF para a futura custódia do ex-presidente.
Participaram da comitiva:
Damares Alves (Republicanos-DF), presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado;
Izalci Lucas (PL-DF);
Márcio Bittar (PL-AC);
Eduardo Girão (Novo-CE).
Os parlamentares afirmaram que a visita teve como objetivo avaliar as condições de custódia e verificar a compatibilidade das instalações com o estado de saúde de Bolsonaro.
Quem são os condenados do “núcleo 1”?
Jair Bolsonaro, ex-presidente da República
Mauro Cid, tenente-coronel e ex-ajudante de ordens (não recorreu e já cumpre pena)
Walter Braga Netto, general e ex-ministro
Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor da Abin
Almir Garnier, almirante e ex-comandante da Marinha
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça
Augusto Heleno, general e ex-ministro do GSI
Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa
As penas dos réus
Jair Bolsonaro
27 anos e 3 meses de prisão (regime inicial fechado)
124 dias-multa (2 salários mínimos cada à época dos fatos)
Mauro Cid
2 anos em regime aberto
Restituição de bens
Benefícios estendidos a familiares conforme colaboração premiada
Medidas de proteção da PF
Walter Braga Netto
26 anos de prisão (regime inicial fechado)
100 dias-multa (1 salário mínimo cada)
Alexandre Ramagem
16 anos, 1 mês e 15 dias de prisão (regime inicial fechado)
50 dias-multa
Almir Garnier
24 anos de prisão (regime inicial fechado)
100 dias-multa
Anderson Torres
24 anos de prisão (regime inicial fechado)
100 dias-multa
Augusto Heleno
21 anos de prisão (regime inicial fechado)
84 dias-multa
Paulo Sérgio Nogueira
19 anos de prisão (regime inicial fechado)
84 dias-multa





