Lula faz a sua opção e Michelle não perdoa: “Ele fica do lado do crime e abandona a vítima”
Durante encontro com correspondentes internacionais na Base Naval de Val de Cães, em Belém, nesta terça-feira (4), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a realização de uma investigação independente sobre a megaoperação policial realizada nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro. A ação, batizada de Operação Contenção, deixou 117 criminosos mortos e quatro policiais.
Lula classificou a operação como “desastrosa”, criticando o resultado da ação, que tinha como objetivo cumprir cerca de 100 mandados de prisão contra integrantes do Comando Vermelho.
“Nós estamos tentando ver se é possível os legistas da Polícia Federal participarem do processo de investigação da morte, como é que foi feito. Vamos ver se a gente consegue fazer essa investigação. Porque a decisão do juiz era uma ordem de prisão. Não tinha uma ordem de matança, e houve a matança. […] As pessoas podem considerar um sucesso, mas, do ponto de vista da ação do Estado, eu acho que ela foi desastrosa”, afirmou o presidente.
A fala de Lula repercutiu rapidamente e foi interpretada por setores da oposição como um gesto de apoio aos criminosos mortos durante o confronto. O presidente, no entanto, não fez menção aos quatro policiais mortos na operação.
Críticas de Michelle Bolsonaro
As declarações de Lula geraram reação da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que criticou o presidente durante um evento do PL Mulher em Londrina (PR), no sábado (8).
“Hoje há uma inversão de valores enorme. Ele [Lula] fica do lado do crime e abandona a vítima”, afirmou Michelle, que também acusou o presidente de “pensar em entregar pensão para as famílias dos criminosos”.
A ex-primeira-dama questionou se o governo teria a mesma preocupação com outras vítimas de violência.
“As famílias das vítimas vão receber alguma coisa? Eu quero perguntar ao senhor, presidente Lula, o senhor vai entregar também uma pensão para aquela mãezinha da Asa Sul que perdeu o seu filho, coleguinha da minha filha, que foi esfaqueado até a morte por causa de um celular?”, declarou.
Ministério nega boatos sobre auxílio a famílias de criminosos
Em meio à polêmica, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania divulgou uma nota oficial negando as informações que circulam em redes sociais sobre uma suposta proposta de assistência financeira a familiares de mortos na operação policial.
“Não procede a informação divulgada em alguns sites de notícias e redes sociais sobre suposta proposta de assistência financeira a familiares de mortos no Rio de Janeiro”, afirmou a pasta em comunicado.
Solidariedade e discurso político
Durante o evento, Michelle também fez uma oração pelas vítimas do tornado que atingiu o Paraná na sexta-feira (7), deixando seis mortos e mais de 400 feridos em Rio Bonito do Iguaçu.
Encerrando sua fala, a presidente do PL Mulher exaltou o ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem chamou de “o maior líder da direita”, e criticou a esquerda brasileira, dizendo que seus representantes “amam viver bem, no luxo”, enquanto “demonizam o agro, o empreendedor, o empresário que gera emprego e a economia liberal”.





