Trump, o “exterminador” de narcotraficantes

As Forças Armadas dos Estados Unidos realizaram um ataque militar em águas internacionais do Caribe contra uma embarcação suspeita de transportar drogas. A ação, segundo comunicado oficial do secretário do Departamento de Guerra, Pete Hegseth, resultou na morte de três narcotraficantes.

O ataque foi autorizado diretamente pelo presidente Donald Trump, conforme o comunicado publicado por Hegseth na rede X (antigo Twitter).

“Por determinação do presidente Trump, o Departamento de Guerra levou a cabo um ataque cinético letal contra um buque operado por uma organização terrorista designada. O buque traficava estupefacientes no Caribe e foi atacado em águas internacionais”, afirmou o secretário.

 Detalhes da operação

Segundo Hegseth, o alvo seria um navio operado por um grupo classificado pelos EUA como ‘organização narcoterrorista’. O ataque foi conduzido por forças navais e aéreas, em uma ação de curta duração, sem feridos entre os militares americanos.

“Nenhum membro das forças americanas resultou ferido no ataque, e três narcoterroristas que se encontravam a bordo morreram”, destacou.

O secretário também emitiu uma advertência direta a outros grupos ligados ao tráfico internacional de drogas:

“A todos os narcoterroristas que ameaçam nossa pátria: se querem seguir vivos, deixem de traficar drogas. Se continuarem traficando drogas letais, os mataremos.”

 Intensificação da ofensiva antidrogas

A operação integra uma campanha antidrogas iniciada por Washington em setembro, parte de uma estratégia ampliada do governo Trump para “neutralizar ameaças externas ligadas ao narcotráfico e terrorismo”.

Desde o início da ofensiva, ao menos 70 pessoas foram mortas em ações navais e aéreas, segundo levantamento de agências internacionais.
As operações têm se concentrado principalmente no Caribe e no Pacífico Oriental, áreas consideradas rotas estratégicas do tráfico internacional de cocaína.

Relatórios anteriores indicam que, em missões semelhantes, as forças americanas destruíram ao menos 18 embarcações — sendo 17 lanchas rápidas e um semissubmersível —, com a divulgação parcial de imagens aéreas dos ataques. Alguns desses vídeos foram posteriormente censurados, por razões que o governo não especificou.

 Contexto e repercussão internacional

Ainda não há confirmação sobre a nacionalidade dos tripulantes mortos, nem se o país de origem da embarcação foi notificado oficialmente.
Organizações internacionais de direitos humanos criticaram anteriormente a falta de transparência e a letalidade das ações conduzidas sem autorização do Conselho de Segurança da ONU.

Analistas apontam que o governo Trump tem buscado reafirmar a presença militar dos EUA no Caribe, combinando o combate ao narcotráfico com a pressão sobre regimes hostis na região, como Venezuela e Cuba.

“Essas operações têm tanto um objetivo militar quanto simbólico: mostrar que os Estados Unidos voltarão a usar força letal para proteger suas fronteiras e conter o tráfico internacional”, avaliou o pesquisador em segurança internacional, Robert K. Daniels.

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Bruno Rigacci

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