Hugo Motta dobra a aposta após “surto” na esquerda

A nomeação do deputado federal Guilherme Derrite (PL-SP) como relator do Projeto de Lei Antifacções provocou forte reação de parlamentares da esquerda nesta sexta-feira (8).
A decisão foi anunciada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e marca um novo capítulo nas discussões sobre o endurecimento das leis de combate ao crime organizado no país.

O primeiro a se manifestar publicamente foi o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), que classificou a escolha como uma “provocação ao governo Lula”.

“A escolha feita pelo presidente Hugo Motta é um desrespeito com o presidente Lula. O projeto de lei antifacção é uma prioridade do governo e colocar nas mãos do secretário de Segurança do governador Tarcísio beira uma provocação”, disse Lindbergh.
“Parece um interesse deliberado de não aprovar e de atrapalhar a tramitação da pauta prioritária do governo na área de segurança pública.”

 Derrite no centro do debate

Guilherme Derrite, coronel da Polícia Militar e atual secretário de Segurança Pública de São Paulo, é aliado político do governador Tarcísio de Freitas e tem histórico de defesa do endurecimento das penas e ampliação da repressão ao crime organizado.
Sua indicação à relatoria foi interpretada por parte da oposição como um movimento político que reforça a influência da ala conservadora sobre o tema.

 Reação de Hugo Motta

Em resposta às críticas, o presidente da Câmara, Hugo Motta, defendeu a nomeação e afirmou que o tema da segurança pública deve ser tratado como prioridade nacional, acima de disputas partidárias.

“Segurança pública é uma pauta suprapartidária e uma urgência nacional. Trabalharei para que a Câmara entregue ao país o Marco Legal de Combate ao Crime Organizado”, afirmou Motta.
“Li o relatório do deputado Derrite, que preserva avanços do projeto do Governo Federal e endurece as penas contra o crime. O plenário é soberano e o debate será amplo, transparente e democrático.”

O parlamentar também destacou que a Câmara atuará com responsabilidade e diálogo, buscando uma convergência entre governo e oposição.

“O país pode divergir em muitas coisas, mas na defesa da vida e da segurança, o Brasil precisa andar junto. Quando o tema é segurança, não há direita nem esquerda, há apenas o dever de proteger.”

 O que é o PL Antifacções

O projeto, conhecido como PL Antifacções, visa estabelecer um marco legal para o combate às organizações criminosas, endurecendo as punições, ampliando a cooperação entre forças de segurança e criando mecanismos de investigação integrados entre estados e União.
A proposta é considerada prioritária pelo governo federal, mas enfrenta divergências quanto à aplicação prática e às competências das polícias estaduais e federais.

 Próximos passos

Com Derrite na relatoria, a expectativa é de que o parecer seja apresentado nas próximas semanas.
O texto deve passar por audiências públicas e pode receber emendas antes de seguir ao plenário da Câmara.

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Bruno Rigacci

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