O estranho “silêncio” de dois meses de Moraes
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ainda não se manifestou sobre o pedido apresentado há mais de dois meses para que o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) possa visitar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que cumpre prisão domiciliar em Brasília desde 4 de agosto.
O requerimento foi protocolado pela defesa de Bolsonaro em 19 de agosto, em atendimento a uma determinação do próprio Moraes, que havia exigido que todos os pedidos de visita fossem feitos exclusivamente pelos advogados do ex-presidente. Apesar de já ter analisado e despachado outras solicitações semelhantes, o ministro ainda não deliberou sobre o caso do parlamentar mineiro.
Antes disso, em 11 de agosto, os advogados de Nikolas haviam protocolado um pedido individual para realizar a visita. Contudo, no dia seguinte, Moraes indeferiu todos os requerimentos avulsos, reforçando a necessidade de que apenas a defesa de Bolsonaro poderia formalizar novas solicitações.
Desde então, o deputado aguarda uma resposta que permanece pendente de análise no gabinete do ministro. O silêncio de Moraes tem chamado atenção entre aliados do ex-presidente, que veem o atraso como um gesto político ou simbólico, embora o STF não tenha se pronunciado oficialmente sobre o tema.
Nas redes sociais, Nikolas Ferreira comentou o episódio em tom crítico:
“Quando o poder precisa proibir visitas pra se manter, é porque já perdeu toda a razão”, escreveu o parlamentar no X (antigo Twitter).
O caso se soma a uma série de tensões entre Bolsonaro, seus aliados e o Supremo, que desde a prisão domiciliar do ex-presidente tem adotado critérios rigorosos para autorizar visitas, restringindo o acesso a familiares, advogados e um grupo limitado de pessoas previamente aprovadas.





