Vaza a reação de Moraes com a reunião entre Lula e Trump
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), declarou nesta quarta-feira (29) acreditar que “tudo chegará a bom termo” após a reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Moraes está entre as autoridades brasileiras sancionadas pelo governo americano, acusado de conduzir um “processo judicial politizado” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
As declarações foram dadas em entrevista à Agência EFE, durante visita a Madri, na Espanha, onde o magistrado participa da Conferência Mundial de Justiça Constitucional. Segundo Moraes, as sanções impostas pelos EUA — que também atingem sua esposa, Viviane Barci, com bloqueio de bens em território americano e cancelamento de visto de entrada — teriam sido resultado de “informações equivocadas” repassadas ao governo americano.
“O que chegou ao presidente Trump eram informações totalmente errôneas, [e essas] desinformações acabaram levando a determinadas medidas”, afirmou Moraes, acrescentando que confia na reversão da situação após o diálogo diplomático entre os dois países.
“Uma vez esclarecido isto e chegando às informações verdadeiras, acredito que este problema será solucionado e parece que tudo levará a bom termo”, completou.
As sanções do governo Trump foram impostas após críticas à condução do processo judicial que resultou na condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus — entre ex-ministros e militares — por suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
O julgamento, relatado por Moraes no Supremo, terminou com pena de 27 anos de prisão para Bolsonaro, em uma decisão classificada como histórica pela Corte, mas amplamente questionada por setores da oposição e por parte da imprensa internacional.
Nos bastidores, interlocutores do STF avaliam que as falas de Moraes representam um gesto de confiança no diálogo diplomático e uma tentativa de reduzir o impacto político das sanções. O Planalto, por sua vez, aposta que o encontro entre Lula e Trump possa abrir caminho para uma reaproximação institucional entre Brasília e Washington.





