Governadores de direita se unem e tomam decisão crucial no combate ao crime organizado

Oito governadores anunciaram nesta quinta-feira (30) a criação de um consórcio integrado de segurança pública, batizado de “Consórcio da Paz”, com o objetivo de coordenar ações conjuntas de combate ao crime organizado em todo o país.

A decisão foi tomada durante uma reunião realizada no Palácio Guanabara, sede do governo do Rio de Janeiro, dois dias após a megaoperação contra o Comando Vermelho (CV) nos complexos do Alemão e da Penha, que deixou mais de 120 mortos e reacendeu o debate sobre o enfrentamento às facções criminosas.

“Não é para o Rio, é no Rio e para o Brasil”

Em coletiva de imprensa, o governador Cláudio Castro (PL) anunciou oficialmente a criação do consórcio e explicou que a iniciativa buscará integrar esforços entre os estados sem comprometer a autonomia das forças de segurança locais.

“Faremos um consórcio no modelo de outros que já existem, para que possamos dividir experiências e soluções no combate ao crime organizado e na libertação do nosso povo. Vamos discutir estratégias, e eu propus que a sede desse consórcio seja no Rio de Janeiro. Eu e minha equipe ficaremos responsáveis pela formalização.
Não é para o Rio. É no Rio e para o Brasil. E para que a gente possa ter uma visão mais ampla da ideia de segurança pública. Também quero rechaçar que seja algo contra ou a favor de alguém. É pelo nosso povo”, afirmou Castro.

Autonomia dos estados e crítica ao governo federal

O governador destacou que o Consórcio da Paz se diferencia da proposta do governo federal que, no fim de 2024, tentou regular o uso da força policial por meio de decreto presidencial. Segundo Castro, a nova articulação é uma resposta federativa a medidas que, na avaliação dos estados, ameaçam sua autonomia constitucional.

“A nossa questão principal é não tirar autonomia dos estados. Não dá para tratar o Rio Grande do Sul igual ao Rio de Janeiro ou ao Acre. Nosso receio é algo como o decreto do fim do ano passado, de que quem não seguisse determinada diretriz de uso da força ficaria impedido de receber os recursos constitucionais na área de segurança pública. Isso, sim, é anticonstitucional, antilógica, antitudo”, completou o governador.

Integração e próximos passos

De acordo com Cláudio Castro, o Consórcio da Paz será formalizado nas próximas semanas e deverá reunir forças policiais e equipes de inteligência de diversos estados. O grupo pretende compartilhar informações, unificar bancos de dados e promover operações coordenadas contra o tráfico de drogas, o contrabando de armas e as facções de alcance interestadual.

Governadores presentes no encontro destacaram que a medida reforça o pacto federativo e simboliza uma resposta institucional ao avanço do crime organizado em diferentes regiões do país.

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Bruno Rigacci

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