Presidente do STM faz declaração polêmica e general não perdoa

O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) criticou nesta quarta-feira (29) a ministra Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha, presidente do Superior Tribunal Militar (STM), após declarações em que ela alertou que o Brasil não pode “permitir que a ditadura retorne”.

Durante participação em um evento jurídico em Brasília, Maria Elizabeth afirmou que o autoritarismo ainda assombra o país e defendeu a necessidade de vigilância permanente em defesa da democracia. Segundo a ministra, “as Forças Armadas estão comprometidas com o Estado Democrático de Direito, mas o Brasil não pode baixar a guarda para que a ditadura não retorne”.

A fala gerou repercussão imediata nas redes sociais e foi interpretada por setores políticos como um posicionamento com conotação política, especialmente diante do atual ambiente de polarização no país.

No X (antigo Twitter), o senador e ex-vice-presidente da República reagiu de forma contundente:

“Se a excelentíssima senhora ministra presidente do STM deseja participar e se manifestar politicamente, que se candidate nas eleições de 2026.
Dos magistrados, espera-se imparcialidade e que se manifestem nos autos dos processos”, escreveu Mourão.

Repercussão e contexto

Maria Elizabeth Rocha é a primeira mulher a presidir o Superior Tribunal Militar, corte responsável por julgar crimes militares e membros das Forças Armadas. Conhecida por sua defesa dos direitos humanos e da igualdade de gênero dentro das instituições militares, ela tem adotado discursos que enfatizam o papel constitucional das Forças Armadas dentro da legalidade democrática.

Já Mourão, general da reserva do Exército e ex-vice de Jair Bolsonaro, é uma das principais vozes da ala militar no Senado e costuma criticar manifestações políticas de membros do Judiciário.

A reação do parlamentar reflete uma tensão recorrente entre militares e o sistema de Justiça, sobretudo após os julgamentos e investigações relacionadas aos atos de 8 de janeiro de 2023, quando parte da cúpula militar foi cobrada por omissão diante das invasões aos Três Poderes.

Até o momento, a ministra não respondeu publicamente às declarações do senador.

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Bruno Rigacci

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