Mais um ex-aliado de Bolsonaro expõe sua verdadeira face
O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP), um dos fundadores do Movimento Brasil Livre (MBL), anunciou uma reconfiguração ideológica profunda dentro do grupo que ganhou projeção nacional durante os protestos pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT) e pela defesa do liberalismo econômico.
Em entrevista recente, Kataguiri revelou que está preparando o lançamento de um novo partido político, com o qual pretende disputar espaço no cenário presidencial de 2026. O deputado afirmou que o novo projeto buscará “reconstruir a direita brasileira” e “romper com o personalismo e o populismo” que, segundo ele, marcaram o bolsonarismo.
Ataques diretos a Bolsonaro e sua família
Durante a entrevista, Kim Kataguiri fez críticas contundentes ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e à sua família, a quem acusou de ter transformado a política em um “projeto hegemônico de poder” voltado a interesses pessoais.
“O bolsonarismo virou um projeto familiar, não nacional. O ex-presidente abandonou o discurso anticorrupção para proteger o próprio filho de investigações”, afirmou Kataguiri.
O parlamentar foi ainda mais incisivo ao afirmar que Bolsonaro “vendeu o país inteiro em troca dessa blindagem”, numa referência às alianças políticas firmadas durante o governo com o chamado Centrão.
Críticas à gestão e declaração polêmica
Kim também responsabilizou o ex-presidente por falhas graves na gestão pública, especialmente nas áreas de saúde, educação e combate à corrupção, e declarou que Bolsonaro deve ser responsabilizado judicialmente.
“Deve ir para a cadeia, sim”, disse o deputado, ao ser questionado sobre a possibilidade de prisão do ex-presidente.
Ruptura com o passado
A fala de Kataguiri representa uma ruptura definitiva com o bolsonarismo, corrente com a qual o MBL chegou a se alinhar em 2018, durante o auge das manifestações antipetistas. Naquele período, Kim chegou a posar ao lado de Bolsonaro, defendendo pautas liberais e de combate à corrupção.
Agora, no entanto, o deputado tenta reposicionar-se politicamente e construir uma nova alternativa de direita “sem messianismo e sem culto à personalidade”, como ele próprio descreve.





