Surto dentro de Hospital contamina dezenas de profissionais e fecha o centro cirúrgico
Um surto de contaminação registrado no Hospital Santa Rita de Cássia, em Vitória (ES), levou ao fechamento de um dos centros cirúrgicos da unidade após 33 funcionários apresentarem sintomas de uma infecção ainda sob investigação. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (27) pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), que destacou a atuação conjunta de equipes do Ministério da Saúde no caso.
Referência no tratamento oncológico no Espírito Santo, o hospital também monitora 12 casos suspeitos entre acompanhantes de pacientes internados em outras unidades da Grande Vitória. Apesar da gravidade, a Sesa informou que a doença não é transmissível de pessoa para pessoa, restringindo-se ao ambiente hospitalar.
Centro cirúrgico fechado e pacientes transferidos
De acordo com o secretário estadual de Saúde, Tyago Hoffmann, o centro cirúrgico interditado fica próximo à ala oncológica do SUS, que possui cerca de 40 leitos. Outros dois centros continuam em funcionamento, com reforço nas medidas de biossegurança.
As autoridades sanitárias trabalham com a hipótese de contaminação por bactéria ou fungo, possivelmente relacionada a falhas no sistema de água ou no ar-condicionado. O Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen-ES) conduz os exames, e a Fiocruz, no Rio de Janeiro, também recebeu amostras para análise mais detalhada.
Situação dos profissionais e medidas adotadas
Dos 33 profissionais infectados, seis seguem internados — três em enfermaria e três em UTI —, enquanto dois já receberam alta. Até o momento, não há registros de pacientes oncológicos contaminados. Por precaução, os imunodeprimidos foram transferidos para outras alas.
Os primeiros sintomas foram registrados em 13 de outubro, com febre, dor no corpo, mal-estar e cefaleia. Nos dias seguintes, alguns apresentaram dor torácica, o que levou à internação. Exames de imagem revelaram alterações pulmonares semelhantes, indicando possível origem infecciosa comum.
Investigação e reforço da segurança sanitária
A Sesa instaurou uma sindicância interna para apurar eventuais falhas e prometeu divulgar boletins diários sobre o surto. Desde 22 de outubro, o hospital suspendeu novas internações e intensificou a higienização das áreas afetadas.
Outros hospitais da Grande Vitória, como o Vitória Apart Hospital e a Unimed Vitória, reforçaram protocolos de biossegurança e voltaram a exigir o uso de máscaras em áreas assistenciais.
A Sesa também publicou uma nota técnica orientando unidades de saúde públicas e privadas a redobrar os cuidados com a higiene das mãos, controle de visitas e limpeza dos sistemas de ventilação.
Os resultados laboratoriais finais sobre a origem da contaminação devem ser divulgados até o fim da próxima semana.