Justiça manda redes tirar posts que ligam irmão de Lula a fraude

A Justiça de São Paulo determinou que plataformas digitais removam conteúdos que associam José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao esquema de descontos indevidos em benefícios do INSS. A decisão é da juíza Ana Luiza Madeiro Cruz Eserian, da 3ª Vara Cível de São Paulo, e foi publicada nesta semana.

A magistrada deu um prazo de cinco dias para que Instagram, Facebook, Google (YouTube), X (antigo Twitter) e Kwai retirem ao menos 14 postagens contendo um vídeo com acusações consideradas sem provas contra Frei Chico. O descumprimento da ordem resultará em multa diária de R$ 1 mil para as plataformas.

Além da remoção, a juíza também determinou que as empresas forneçam a identificação dos autores das publicações.

Vídeo espalha desinformação sobre compra de fazendas

O conteúdo em questão afirma que o filho de Frei Chico teria comprado fazendas em Botucatu (SP) no valor de R$ 280 milhões — uma informação que não possui comprovação. O próprio criador do vídeo admite já ter tido sete perfis suspensos por espalhar notícias falsas.

A juíza considerou que as postagens têm potencial de causar dano à imagem e à honra de Frei Chico e se baseiam em acusações infundadas, configurando desinformação.

Frei Chico não é investigado

Frei Chico é vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados (Sindnapi), uma das entidades investigadas pelo suposto envolvimento em descontos ilegais em aposentadorias e pensões. No entanto, ele não é alvo das investigações conduzidas pelo Ministério Público ou por Comissões Parlamentares.

Na última quinta-feira (16), a CPMI do INSS, que apura o esquema no Congresso Nacional, rejeitou um pedido de convocação de Frei Chico para depor. Em nota, ele classificou a tentativa como um ato político:

“Alguns membros da comissão utilizam o processo como palco político e promovem um julgamento antecipado”, afirmou.

Contexto: redes sociais e fake news

A decisão reforça o papel do Judiciário no combate à desinformação, especialmente quando figuras públicas ou seus familiares são alvo de campanhas coordenadas de ataque sem respaldo em provas. A determinação para que as plataformas identifiquem os autores das publicações também pode abrir caminho para eventuais ações criminais ou cíveis por danos morais.

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Bruno Rigacci

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