Inesperadamente, Trump concede “perdão” a ex-deputado filho de brasileiros
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (17/10) a comutação da pena do ex-deputado George Santos, condenado a 7 anos de prisão por fraude eletrônica e roubo de identidade. A medida, que equivale a um perdão parcial, foi divulgada por meio da rede social Truth Social e garante a libertação imediata do ex-parlamentar, uma das figuras mais controversas da política americana recente.
“George Santos foi, de certo modo, desonesto, mas há muitos desonestos em todo o nosso país que não são obrigados a cumprir sete anos de prisão […] George passou longos períodos em confinamento solitário e, segundo relatos, foi terrivelmente maltratado. Portanto, acabei de assinar uma comutação, liberando George Santos da prisão, IMEDIATAMENTE. Boa sorte, George, tenha uma ótima vida!”, escreveu Trump.
Perdão parcial e obrigações mantidas
A comutação não anula a condenação nem elimina as penalidades financeiras. A Casa Branca confirmou que Santos ainda deverá pagar multas e devolver os valores obtidos de forma ilícita.
A decisão provocou forte repercussão nos meios políticos e jurídicos. Enquanto aliados do governo celebraram o gesto como um “ato de justiça”, membros do Partido Democrata criticaram a medida, acusando Trump de usar o poder presidencial para proteger aliados condenados por corrupção.
Quem é George Santos?
Filho de imigrantes brasileiros, George Santos foi eleito deputado federal por Nova York em 2022, assumindo o mandato em 2023. No entanto, logo após a posse, vieram à tona denúncias de que grande parte de sua biografia — como formação acadêmica, carreira profissional e até ascendência judaica — era falsa.
Em 2023, ele foi formalmente acusado de:
Desvio de doações de campanha para uso pessoal
Roubo de identidade de apoiadores
Fraude bancária e eleitoral
Após meses de investigação e forte pressão política, Santos foi expulso da Câmara dos Representantes e, em agosto de 2024, fechou um acordo com a Justiça, admitindo os crimes e aceitando cumprir pena de 7 anos em regime fechado. Desde julho deste ano, ele estava preso em uma unidade de segurança mínima em Nova Jersey.
Contexto político
A decisão de Trump ocorre durante seu atual mandato presidencial e em meio à crescente polarização política no país. O perdão parcial a Santos é visto por analistas como um gesto ao eleitorado mais leal ao trumpismo, que frequentemente denuncia uma suposta perseguição política a conservadores.
Críticos argumentam que a medida pode abrir precedentes perigosos e enfraquecer o combate à corrupção eleitoral, especialmente com as eleições legislativas de 2026 se aproximando.