Hugo Motta descarta culpa de Bolsonaro no 8/1: “Estava fora”

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou não acreditar que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tenha responsabilidade direta pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, tampouco que houvesse um plano articulado de golpe de Estado por parte do ex-mandatário. A declaração foi dada em entrevista ao programa Miriam Leitão, da GloboNews.

“O papel do ex-presidente Bolsonaro temos que olhar com outro ângulo, porque o presidente estava fora do país. Ele foi embora, não estava aqui tramando. Não tem como você dar um golpe estando em outro país”, disse Motta, referindo-se à estadia de Bolsonaro nos Estados Unidos durante os ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília.

Na avaliação do parlamentar, é fundamental distinguir diferentes níveis de envolvimento entre os participantes dos atos. Para ele, atribuir a todos os presentes a intenção de promover um golpe é um equívoco.

“Tinham pessoas, sim, que queriam dar um golpe. Agora, dizer que todas aquelas pessoas que estavam ali estavam organizadas para dar um golpe, acho que é um exagero”, afirmou.

Defesa do “PL da Dosimetria”

Hugo Motta também defendeu o chamado PL da Dosimetria, projeto que visa revisar as penas aplicadas aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro. O objetivo, segundo ele, é assegurar proporcionalidade e justiça nas punições.

“Que se coloque no lugar devido quem teve um papel central nessa organização e quem estava ali muito mais como manifestante ou pessoa revoltada e que agiu de maneira grave. E que merece ser punida por aquilo, sem nenhum exagero”, declarou o deputado.

Motta reforçou que é preciso separar “conivência” de “atuação direta”, em referência à responsabilização de figuras políticas pela tentativa de subversão da ordem democrática.

Recorrente

Essa não é a primeira vez que o presidente da Câmara minimiza a ideia de tentativa de golpe. Em fevereiro deste ano, durante entrevista a uma rádio da Paraíba, ele já havia afirmado que os atos não configuravam uma articulação golpista planejada.

As declarações de Motta surgem em meio a novos desdobramentos sobre o envolvimento de aliados do ex-presidente com os eventos de 8 de janeiro. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou que a Polícia Federal explique, em até cinco dias, as circunstâncias da viagem de Filipe Martins, ex-assessor internacional de Bolsonaro, aos Estados Unidos. Também nesta semana, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) esteve em visita ao irmão, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que reside no país norte-americano.

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Bruno Rigacci

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