Sanções dos EUA ao Brasil permanecem após reunião entre Rubio e Vieira

m sua primeira reunião presencial com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, o chanceler brasileiro Mauro Vieira não conseguiu garantir a retirada das sanções impostas pelos Estados Unidos ao Brasil. O encontro ocorreu nesta quinta-feira (16/10), em Washington, e durou cerca de 20 minutos em caráter reservado, segundo fontes diplomáticas.

As sanções permanecem em vigor, mesmo com os esforços do Itamaraty para reverter medidas que afetam diretamente setores estratégicos e membros do alto escalão do governo brasileiro, incluindo restrições comerciais e diplomáticas adotadas nos últimos meses.

Segundo diplomatas a par das negociações, o encontro teve tom político e comercial, e serviu principalmente para alinhar pontos pendentes em áreas sensíveis para ambos os países, como cooperação energética, segurança regional e fluxos comerciais.

Clima cordial, mas sem avanços concretos

Após o encontro, Mauro Vieira adotou um discurso conciliador, classificando a conversa como “ótima reunião” e destacando o “clima construtivo” entre as partes:

“Foi uma ótima reunião aqui em Washington com o secretário de Estado, Marco Rubio. […] Durante todo o encontro prevaleceu a atitude construtiva e voltada a aspectos práticos da retomada das negociações entre os dois países”, afirmou o chanceler.

Vieira também ressaltou a continuidade do diálogo iniciado na semana anterior, durante conversa telefônica entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, marcada por uma tentativa de reaproximação após meses de tensão diplomática.

Sanções seguem como impasse

Apesar do tom positivo adotado pelo chanceler brasileiro, nenhuma medida concreta foi anunciada sobre a suspensão ou flexibilização das sanções. Os Estados Unidos mantêm restrições que incluem revogação de vistos, bloqueio de ativos e limitações comerciais aplicadas a autoridades e empresas brasileiras envolvidas em temas considerados sensíveis pelo governo americano.

O impasse ocorre em meio a uma reconfiguração do cenário geopolítico na América Latina, especialmente após a atuação crescente do Brasil em questões como a crise venezuelana, a presença de agentes estrangeiros na região e a vigilância internacional sobre questões de direitos humanos e liberdade de expressão.

Contexto regional e diplomático

Fontes do governo americano têm demonstrado preocupação com a postura do Brasil em relação a regimes autoritários da região, e avaliam com cautela o envolvimento brasileiro em temas como a segurança na Venezuela e a atuação de órgãos de inteligência, como a CIA e a Abin, em territórios estrangeiros.

Enquanto isso, o Itamaraty tenta preservar canais abertos para evitar o isolamento e reforçar a imagem do Brasil como um parceiro confiável no cenário internacional.

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Bruno Rigacci

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