URGENTE: EUA atribuem tarifas ao Brasil a censura e decisões do Judiciário

Em uma declaração contundente feita nesta quarta-feira (15), autoridades americanas justificaram a imposição de uma tarifa extra de 40% sobre produtos brasileiros com base em “sérias preocupações” quanto ao Estado de Direito, à censura e a violações de direitos humanos no Brasil.

O representante dos Estados Unidos para o comércio, Jamieson Greer, e o secretário do Tesouro, Scott Bessent, anunciaram as medidas em uma coletiva de imprensa em Washington, às vésperas de uma reunião diplomática entre o chanceler brasileiro Mauro Vieira, o secretário de Estado americano Marco Rubio e o próprio Greer.

Segundo Greer, as tarifas fazem parte de um pacote composto por duas sobretaxas: uma de 10%, aplicada globalmente, e uma adicional de 40% direcionada especificamente ao Brasil, com base em “motivos políticos”.

“Há uma tarifa de 40% sobre o Brasil, que está em vigor sob uma emergência separada, relacionada a sérias preocupações com o Estado de Direito, censura e direitos humanos no Brasil. Um juiz brasileiro ordenou que empresas americanas se censurem, emitindo ordens secretas para controlar o fluxo de informações”, afirmou Greer, sem mencionar nomes, embora a declaração pareça aludir ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Greer também revelou que mais de 700 produtos brasileiros foram incluídos em uma lista de exceções, indicando que, apesar das restrições, há espaço para negociação.

Já o secretário do Tesouro, Scott Bessent, reforçou o caráter político da decisão e citou preocupações com o tratamento dado a opositores políticos e a cidadãos americanos em território brasileiro.

“Há também preocupações com o tratamento de opositores políticos e com a detenção ilegal de cidadãos americanos que estavam no país”, disse Bessent, fazendo referência indireta a investigações e prisões de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Contexto e repercussões

As declarações acontecem em um momento de crescente tensão entre os dois países, em especial após episódios envolvendo decisões judiciais brasileiras que afetam empresas e plataformas de comunicação americanas. O governo brasileiro ainda não se pronunciou oficialmente sobre as tarifas ou sobre as alegações de censura.

A reunião marcada entre Mauro Vieira e Marco Rubio será crucial para tentar amenizar o impacto da medida, que pode afetar significativamente as exportações brasileiras, especialmente em setores como agronegócio, aço e tecnologia.

Críticas internas e ironias nas redes

Enquanto isso, no cenário político nacional, a tensão também se manifesta em redes sociais e declarações públicas. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro ironizou uma denúncia feita pelo senador Lindbergh Farias (PT) à Procuradoria-Geral da República (PGR), afirmando: “Ele me ama”.

Já o Ministério Público está investigando um evento cultural promovido por Fafá de Belém durante o tradicional Círio de Nazaré, levantando ainda mais polêmicas em meio ao conturbado ambiente político e institucional.

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Bruno Rigacci

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