Em show, Zezé Di Camargo pede anistia a presos do 8 de janeiro
Durante uma apresentação na noite da última segunda-feira (13), o cantor sertanejo Zezé Di Camargo exibiu no palco uma camiseta com os dizeres “Anistia Já!”, em referência ao movimento que pede a libertação dos presos pelos atos de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas, em Brasília (DF).
O momento aconteceu durante um show em Porto Belo, no litoral de Santa Catarina. Zezé pegou a camiseta de um fã que estava na plateia, a ergueu diante do público e, em seguida, devolveu a peça.
O gesto foi filmado e rapidamente repercutiu nas redes sociais, com diversos apoiadores elogiando o posicionamento político do artista. O vídeo viralizou, reacendendo o debate sobre a polarização política no meio artístico e sobre a situação dos envolvidos nos atos antidemocráticos de janeiro de 2023, que seguem presos após decisão do Supremo Tribunal Federal.
A exibição da camisa com a frase “Anistia Já!” é interpretada como um apoio público à soltura dos condenados, o que gerou reações distintas entre internautas e críticos. Enquanto alguns defendem a liberdade de expressão do cantor, outros afirmam que a mensagem promove impunidade diante dos crimes cometidos.
O movimento por anistia ganhou força entre grupos bolsonaristas ao longo de 2023 e 2024, mas enfrenta forte resistência por parte de autoridades e instituições democráticas. O STF considera os atos do 8 de janeiro como uma tentativa de golpe de Estado, e mais de uma centena de pessoas já foram condenadas por envolvimento direto ou indireto na invasão.
Reações políticas
A manifestação de Zezé acontece em meio a uma série de tensões políticas. Nesta semana, lideranças do Centrão articularam o chamado “pacote da vingança”, em resposta à recente “faxina” promovida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, que resultou na troca de cargos e no esvaziamento de algumas pastas controladas por partidos do bloco.
Outro tema quente no Congresso é a PEC da Segurança Pública, que gerou discussão sobre a autonomia dos estados na área. O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, criticou a proposta, alegando que ela compromete a gestão estadual da segurança.