Gonet surpreende e estranhamente se manifesta a favor de Eduardo Bolsonaro

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, se manifestou nesta terça-feira (14) contra o pedido de prisão preventiva do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), feito pelos deputados Lindbergh Farias (PT-RJ) e Talíria Petrone (PSOL-RJ). Segundo Gonet, os parlamentares não têm legitimidade jurídica para fazer tal requerimento, conforme determina o artigo 311 do Código de Processo Penal.

O parecer foi enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do caso, após pedido de manifestação. “A providência requerida, de natureza cautelar penal, só pode ser solicitada pela polícia judiciária ou pelo Ministério Público”, destacou o procurador-geral no documento.

O pedido de prisão foi apresentado após a denúncia feita pela própria PGR contra Eduardo Bolsonaro e o jornalista Paulo Figueiredo, por suposta coação de testemunhas no inquérito que apura tentativa de golpe de Estado. A dupla teria usado canais públicos para constranger envolvidos nas investigações.

Apesar de rejeitar o pedido dos parlamentares, Gonet indicou que a Procuradoria pode, futuramente, avaliar a adoção de medidas cautelares, incluindo eventual prisão, caso entenda que há viabilidade jurídica. “A PGR se reserva à avaliação, em instante que estime oportuno, de eventual requerimento de medidas cautelares”, escreveu.

Pedido de bloqueio de verbas também foi negado

Além da prisão preventiva, os deputados Lindbergh e Talíria solicitaram ao STF que o ministro Moraes determinasse o bloqueio de salários, cotas e demais verbas parlamentares de Eduardo Bolsonaro, sob alegação de uso indevido dos recursos públicos.

Paulo Gonet também se posicionou contra a solicitação. Segundo o parecer, a própria Câmara dos Deputados já instaurou procedimentos internos para apurar o caso, o que inviabiliza qualquer interferência judicial neste momento.

“Eventuais consectários financeiros do que os requerentes consideram percebimento impróprio de verbas — e acaso em seguida à deliberação da Casa legislativa nos procedimentos referidos — poderão ser objeto de futura e eventual provocação formal dos ilustres Deputados perante a instância cível adequada”, concluiu.

O caso segue agora sob análise de Moraes, que deverá decidir se acata ou rejeita os pedidos com base no parecer da PGR.

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Bruno Rigacci

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