Filhos de Bolsonaro criticam decisão que mantém prisão do ex-presidente: “Sérias violações”
Os filhos mais velhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), usaram as redes sociais nesta segunda-feira (13) para criticar a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que manteve a prisão domiciliar do ex-presidente.
A defesa de Bolsonaro havia solicitado a revogação da medida, alegando ausência de denúncia formal após a conclusão do inquérito. No entanto, Moraes acolheu parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) e manteve as restrições, justificando a decisão com base no “fundado receio de fuga do réu” e “reiterados descumprimentos das medidas cautelares”.
Nas redes sociais, Carlos Bolsonaro classificou a decisão como uma “grave violação” dos direitos do pai. “A manutenção de cautelares severas contra um indivíduo que não foi denunciado após a conclusão de um inquérito é indefensável. Sem acusação, os fundamentos que justificariam as restrições cessam. Insistir nessas medidas representa mais graves violações. Mas é contra Bolsonaro! Então pode tudo e o silêncio reinará absoluto”, escreveu ele em publicação no X (antigo Twitter).
Flávio Bolsonaro também se manifestou na mesma rede social. Em tom de protesto, o senador compartilhou uma imagem do ex-presidente com os dizeres “Libertem Bolsonaro” e “70 dias preso e 21 dias sem denúncia”. “Vamos continuar lutando pela liberdade deste refém, o melhor Presidente da história do Brasil”, escreveu.
A referência feita por Flávio à ausência de denúncia considera o prazo desde a conclusão de um dos inquéritos no qual Bolsonaro é investigado por tentativa de coação no curso do processo — o mesmo que resultou, em 22 de setembro, em denúncias apresentadas pela PGR contra aliados próximos do ex-presidente, mas não diretamente contra ele.
Moraes, no entanto, enfatizou que a prisão domiciliar permanece necessária, citando riscos concretos à condução do processo. Ele também lembrou que Bolsonaro já foi condenado, em outro caso, a 27 anos e 3 meses de prisão, em regime inicial fechado — decisão ainda pendente de recursos.
A defesa de Jair Bolsonaro ainda não comentou publicamente a decisão. Já os apoiadores do ex-presidente vêm intensificando campanhas nas redes sociais sob as hashtags #LibertemBolsonaro e #BolsonaroRefém.
A manutenção da prisão domiciliar reforça o ambiente de tensão entre aliados de Bolsonaro e o STF, especialmente em meio às investigações sobre suposta tentativa de golpe de Estado e articulações contra o sistema eleitoral.