Netanyahu defende Prêmio Nobel da Paz a Trump: “Ele merece”

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta quinta-feira (9) que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, merece ser homenageado com o Prêmio Nobel da Paz, após a assinatura de um acordo de cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas. O pacto foi anunciado na quarta-feira (8), dois anos após o início da guerra na Faixa de Gaza, e marca o primeiro avanço concreto em direção a um possível desfecho pacífico no conflito.

“Dê a Donald Trump o Prêmio Nobel da Paz — ele merece!”, escreveu Netanyahu em sua conta na rede social X (antigo Twitter).

A declaração veio um dia antes da cerimônia de anúncio do vencedor do Nobel da Paz de 2025, marcada para esta sexta-feira (10).

Acordo de cessar-fogo: primeiro passo para a paz

O acordo, negociado com mediação do Catar e do Egito, foi confirmado por representantes de Israel, Hamas e autoridades palestinas, em reuniões realizadas no balneário egípcio de Sharm el-Sheikh. De acordo com o ex-presidente Trump, que atuou como intermediador das negociações, os dois lados aceitaram a primeira fase do Plano de Paz proposto por ele.

Segundo Trump, essa fase prevê:

  • Libertação de todos os reféns em posse do Hamas;

  • Retirada das tropas israelenses para uma linha previamente acordada, como forma de reduzir a tensão na Faixa de Gaza.

“Tenho muito orgulho em anunciar que Israel e o Hamas assinaram a primeira fase do nosso Plano de Paz. […] São os primeiros passos em direção a uma paz forte, duradoura e eterna”, escreveu Trump em sua plataforma, Truth Social.

O ex-presidente norte-americano ainda afirmou que poderá viajar à região neste fim de semana para acompanhar de perto o andamento das negociações.

Reconhecimento internacional e campanha pelo Nobel

Nas últimas semanas, a campanha pela indicação de Donald Trump ao Nobel da Paz ganhou fôlego, com apoio de:

  • Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel;

  • Líderes da Armênia, Azerbaijão, Gabão, Ruanda, Paquistão e Camboja;

  • Scott Bessent, secretário do Tesouro dos EUA;

  • Karoline Leavitt, porta-voz da campanha de Trump à presidência em 2024.

Aliados argumentam que Trump demonstrou capacidade de mediação internacional, especialmente em conflitos historicamente complexos, como o do Oriente Médio.

Netanyahu fala em “vitória moral e nacional”

Para Netanyahu, o acordo é “um ponto de virada crucial” na história recente do Estado de Israel.

“Este é um sucesso diplomático, uma vitória nacional e moral. Com ajuda de Deus, traremos todos os reféns para casa”, afirmou o premiê.

Apesar de ainda não ter divulgado detalhes completos do pacto, o gabinete de ministros israelenses deve referendar o acordo ainda nesta quinta-feira, e não se espera resistência interna.

Grupos de familiares de reféns celebraram o anúncio e prometeram continuar pressionando por ações concretas até que todos os sequestrados sejam libertados.

Contexto político e implicações

A movimentação acontece em um momento eleitoralmente sensível tanto para Trump, que busca retornar à Casa Branca em 2025, quanto para Netanyahu, que enfrenta críticas internas pela condução da guerra em Gaza.

Caso se concretize, o acordo poderá:

  • Redefinir o cenário diplomático no Oriente Médio;

  • Reforçar a imagem internacional de Trump como negociador global;

  • Reduzir a pressão militar e humanitária sobre Gaza e o sul de Israel.

O comitê do Nobel, porém, costuma agir com independência em relação a campanhas políticas, e analisa os indicados com base em contribuições efetivas e duradouras à paz mundial.

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Bruno Rigacci

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