Lula pede retirada de tarifaço e convida Trump para a COP30 em telefonema de 30 min

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou por cerca de 30 minutos nesta segunda-feira (6) com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por videochamada. A conversa teve como foco a crise comercial entre os dois países, após Washington impor uma sobretaxa de 40% sobre produtos brasileiros e adotar medidas restritivas contra autoridades nacionais.

De acordo com o Palácio do Planalto, o tom da conversa foi “amistoso”, com troca de contatos diretos entre os líderes e lembranças da “boa química” entre ambos durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York.

Lula cobra retirada de tarifas e reforça posição do Brasil

Durante a ligação, Lula solicitou formalmente a retirada das tarifas punitivas aplicadas pelos Estados Unidos, especialmente sobre produtos como aço, alumínio e etanol. Também pediu a revisão de sanções direcionadas a autoridades brasileiras — cujos nomes não foram divulgados oficialmente.

O presidente brasileiro reforçou que o Brasil é um dos três países do G20 com quem os EUA mantêm superávit na balança de bens e serviços, destacando a importância de manter um comércio bilateral aberto e equilibrado.

Além disso, Lula reiterou o convite para que Trump participe presencialmente da COP30, que será realizada em Belém (PA), em 2026.

Negociações continuarão com Rubio e Alckmin

Em resposta à abertura do diálogo, Trump designou o secretário de Estado Marco Rubio para dar continuidade às negociações. Do lado brasileiro, o vice-presidente Geraldo Alckmin, o ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira e o ministro da Fazenda Fernando Haddad liderarão as tratativas.

Segundo o governo brasileiro, também participaram da conversa, em Brasília, o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, e o assessor especial da Presidência, Celso Amorim.

Possível encontro presencial em breve

Lula e Trump também discutiram a possibilidade de um encontro presencial nos próximos dias. O presidente brasileiro sugeriu uma reunião paralela durante a Cúpula da Asean, na Malásia, ainda neste mês. Lula também se mostrou disposto a viajar a Washington, caso seja necessário, para acelerar o entendimento entre os dois países.

A conversa marca um passo importante na tentativa de descompressão diplomática após a imposição das tarifas e sinaliza disposição de ambas as partes para resolver o impasse por meio do diálogo político.

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Bruno Rigacci

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