Deputada do PT rejeita acordo e segue presa em Israel

A deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) permanece detida pelas autoridades de Israel em uma prisão localizada na região de Ketziot, no Deserto de Neguev. A informação foi confirmada por sua equipe de comunicação na tarde deste sábado (4). A parlamentar foi uma das integrantes da flotilha humanitária Global Sumud, interceptada pela Marinha israelense na última quarta-feira (1º) em águas internacionais do Mar Mediterrâneo, enquanto tentava chegar à Faixa de Gaza.

De acordo com nota oficial, Luizianne recusou-se a assinar um acordo de deportação acelerada oferecido pelas autoridades israelenses, por considerá-lo “abusivo”. A decisão foi tomada, segundo sua assessoria, em consonância com sua trajetória na defesa dos direitos humanos e com o entendimento de que “sua responsabilidade ia além de sua própria situação”.

“A deputada Luizianne Lins, conforme relatado pela advogada que acompanha a delegação brasileira, decidiu não assinar o documento de deportação acelerada oferecido pelas autoridades israelenses”, afirma o comunicado.

A recusa em aceitar a deportação imediata prolonga a permanência da parlamentar sob custódia israelense, enquanto cresce a mobilização política no Brasil e em fóruns internacionais para pressionar por sua liberação.

A FLOTILHA HUMANITÁRIA E A LIDERANÇA DE GRETA THUNBERG

A flotilha Global Sumud, que ganhou notoriedade internacional por contar com a presença da ativista ambiental sueca Greta Thunberg, buscava romper simbolicamente o bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza. O grupo de ativistas pretendia entregar mantimentos e ajuda humanitária à população palestina, alegando motivação pacífica e humanitária.

No entanto, as embarcações foram interceptadas por forças navais de Israel a cerca de 70 milhas náuticas da costa de Gaza — em uma área fora da jurisdição israelense, mas onde o país mantém forte controle naval sob o argumento de segurança e combate a ameaças.

Israel classificou a flotilha como parte de uma operação “associada ao Hamas” — grupo considerado terrorista pelo governo israelense — e sustenta que a ação das Forças de Defesa visava impedir o fornecimento de apoio material a “uma zona de combate ativa”.

CONTROVÉRSIA E REPERCUSSÃO INTERNACIONAL

A detenção de ativistas, incluindo parlamentares e figuras públicas, gerou forte reação em vários países. No Brasil, partidos políticos, entidades de direitos humanos e parlamentares de diversas siglas têm exigido explicações do governo israelense e pressionado o Itamaraty a intervir pela liberação imediata dos brasileiros detidos.

Greta Thunberg, que também foi detida durante a operação e deportada para a Turquia, tornou-se símbolo da flotilha e das denúncias subsequentes feitas pelos ativistas, que relatam abusos e tratamento desumano durante o período de detenção — o que foi negado de forma veemente pelo governo de Israel neste domingo (5).

PRÓXIMOS PASSOS

Ainda não há previsão oficial para a liberação de Luizianne Lins. A situação da parlamentar brasileira deve ser tema de discussões diplomáticas entre Brasil e Israel nos próximos dias. O Itamaraty não se pronunciou até o momento sobre as condições de detenção da deputada ou sobre as medidas que pretende adotar.

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Bruno Rigacci

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