Barroso afirma que Lula está otimista para reunião com Trump

Em um café com jornalistas nesta sexta-feira (26), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demonstrou otimismo em relação à reunião marcada com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O encontro entre os dois chefes de Estado ocorre em meio a uma escalada diplomática entre os países, que inclui sanções a autoridades brasileiras.

Barroso e Lula se encontraram na quinta-feira (25), durante evento no Tribunal Superior do Trabalho (TST), onde conversaram brevemente sobre o tema. Segundo o presidente do STF, o petista parece acreditar na abertura de um canal de negociação com Washington.

“O presidente me pareceu otimista. Otimista e cauteloso, mas pareceu otimista. Acho que talvez se tenha aberto uma janela de negociação”, relatou Barroso.

Sanções no centro do impasse diplomático

Nas últimas semanas, os Estados Unidos aplicaram sanções baseadas na Lei Magnitsky contra autoridades brasileiras e seus familiares, incluindo ministros do STF. A mais recente penalização foi contra Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro Alexandre de Moraes. Também tiveram vistos revogados o Advogado-Geral da União, Jorge Messias, entre outros nomes do alto escalão.

Questionado sobre se Lula abordaria as sanções na reunião com Trump, Barroso disse que não tratou do assunto diretamente com o presidente, mas acredita que o tema estará na mesa.

“O presidente Lula tem sido muito leal ao Supremo durante todo esse tempo, de modo que eu acho que ele discutiria tanto tarifas, quanto sanções”, afirmou.

STF adota postura de cautela

Apesar do clima de tensão, o STF tem adotado uma posição de prudência institucional. Barroso afirmou que o Supremo não pretende, neste momento, tomar medidas políticas ou judiciais relacionadas às sanções.

“A ideia prevalecente aqui [no Tribunal] é esperar acabar o julgamento [do núcleo 1] para pensar em qualquer eventual medida, seja política, seja até mesmo judicial. Portanto, em vista da nossa situação pessoal, acho que nada foi feito até aqui”, declarou o ministro.

“A verdade dos fatos vem antes da ideologia”

Barroso também comentou sobre a narrativa que, segundo ele, foi acolhida por autoridades norte-americanas em relação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acusado de tentativa de golpe de Estado.

“A minha impressão é que prevaleceu para as autoridades americanas a narrativa dos que perderam, dos que tentaram um golpe e não conseguiram. […] A verdade dos fatos vem antes da ideologia. Portanto, não tem problema que o governo americano seja conservador e tenha diferenças com o governo brasileiro. Isso faz parte da vida da geopolítica internacional. Mas o tipo de sanções que foram aplicadas, eu acho que decorrem de uma incompreensão do que aconteceu no Brasil.”

Expectativas para a reunião bilateral

Ainda sem data divulgada oficialmente, a reunião entre Lula e Trump deverá tratar, além das sanções a autoridades brasileiras, de tarifas comerciais recentemente impostas pelos EUA e da retomada do diálogo diplomático entre os dois países.

Lula tem sinalizado disposição para reabrir pontes com Washington, mesmo diante de um cenário de instabilidade. A expectativa do governo é que a reunião possa amenizar os ânimos e gerar compromissos bilaterais mais equilibrados.

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Bruno Rigacci

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