Na ONU, Trump diz que Brasil “fracassará” sem os Estados Unidos

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, lançou duras críticas ao Brasil durante seu discurso na 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas, realizada nesta terça-feira (23). Em tom categórico, Trump afirmou que o país sul-americano está “indo mal” e só poderá se recuperar com apoio direto dos EUA.

“Lamento muito dizer que o Brasil está indo mal e continuará indo mal. Eles só conseguirão se sair bem quando trabalharem conosco; sem nós, eles fracassarão, assim como outros fracassaram”, declarou Trump, diante de chefes de Estado e diplomatas de todo o mundo.

O republicano também acusou o Brasil de impor “tarifas injustas” contra produtos norte-americanos e reforçou seu compromisso com a defesa da soberania e dos interesses dos cidadãos dos Estados Unidos.

As declarações acirraram ainda mais as tensões diplomáticas entre os dois países, que já vinham se deteriorando desde o retorno de Trump ao poder e das recentes sanções aplicadas contra autoridades brasileiras ligadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Lula rebate sem citar Trump diretamente

Em discurso realizado poucas horas depois, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva adotou tom firme, mas evitou mencionar diretamente o nome de Trump. O petista condenou “medidas unilaterais e arbitrárias” que, segundo ele, colocam em risco as instituições democráticas e a estabilidade econômica do Brasil.

“Não há justificativa para ações que fragilizam a cooperação entre as nações e interferem no funcionamento legítimo de nossas instituições. O Brasil não aceitará intimidações”, afirmou Lula.

O presidente também voltou a rebater as alegações do governo norte-americano sobre práticas comerciais injustas. Segundo ele, os Estados Unidos mantêm um superávit na balança comercial com o Brasil, o que desmente a acusação de barreiras comerciais indevidas.

Contexto: relações estremecidas

O embate entre os dois países ganhou novos capítulos nesta semana, após o governo Trump cancelar os vistos de sete autoridades brasileiras e seus familiares, alegando que esses agentes públicos “atuaram para restringir a liberdade de expressão” por meio de decisões judiciais envolvendo redes sociais.

A medida foi celebrada por políticos aliados de Trump no Brasil, como o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que aproveitou o momento para reforçar críticas ao Judiciário brasileiro e defender alinhamento com os Estados Unidos.

Enquanto isso, especialistas em relações internacionais alertam para um possível agravamento das relações diplomáticas caso os ataques continuem em foros multilaterais como a ONU.

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Bruno Rigacci

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