“Já quis pegar as cachorras e a bolsa para ir embora”, diz Janja
A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, revelou em entrevista publicada neste domingo (14) pela Folha de S.Paulo que, em alguns momentos, já pensou em abandonar a vida pública em Brasília e retornar a São Paulo. Segundo ela, o motivo seria a pressão constante e as críticas, especialmente nas redes sociais.
“Teve um momento em que eu quis pegar a minha bolsa e as minhas cachorras e sair, voltar para a minha casa”, afirmou.
Durante a conversa, Janja comentou sobre a cobrança que recai sobre quem ocupa o papel de primeira-dama. Para ela, a internet amplifica os ataques, mas esse tipo de exposição sempre existiu.
“Eu acho que isso deve ter acontecido com muitas primeiras-damas. Muitas. E muitas também se fecharam por conta disso, porque hoje a gente tem internet, mas os ataques sempre aconteceram”, disse.
Resposta a Michelle Bolsonaro
A atual primeira-dama também rebateu declarações feitas anteriormente por Michelle Bolsonaro, que já se referiu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva como “pinguço”. Sem citar diretamente o nome da ex-primeira-dama, Janja foi enfática:
“Eu não vou deixar ninguém atacar ele, seja homem ou seja mulher. Eu espero que ela tenha ética para saber o papel que ela tem. Aquele comportamento dela não é o que a maioria das mulheres espera.”
Polêmicas e exposição pública
Janja também comentou sobre episódios que geraram repercussão negativa. Um deles ocorreu durante a visita oficial à China, quando mencionou, em conversa com o presidente Xi Jinping e sua esposa, o caso da menina brasileira de 8 anos que morreu após inalar desodorante. O comentário foi visto como fora de contexto, mas ela defendeu sua postura:
“Sou uma pessoa comum. Às vezes, algo escapa, como no caso do Elon Mus”, disse, referindo-se a Elon Musk.
Em novembro de 2024, durante a cúpula do G20, Janja insultou o empresário sul-africano com a expressão em inglês “fuck you”. A fala repercutiu negativamente e acabou ofuscando a atuação brasileira no evento, sobretudo em relação à criação da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza.
“Não me arrependo do que disse, mas lamento que isso tenha ofuscado todo o trabalho que realizamos no G20. Reconheço que erros acontecem, e sei da responsabilidade que carrego ao me manifestar publicamente”, reconheceu.
A entrevista de Janja reforça sua postura ativa e direta, marcada por envolvimento em temas políticos e sociais — o que, segundo ela própria, aumenta a pressão e os julgamentos sobre sua atuação como primeira-dama.