Saiba quando, e quais, novas sanções americanas podem acontecer após condenação de Bolsonaro

O clima diplomático entre Brasília e Washington pode entrar em nova fase de instabilidade na próxima semana. De acordo com reportagem da CNN Brasil, o governo dos Estados Unidos, sob a presidência de Donald Trump, estuda novas sanções contra o Brasil como resposta à recente condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento da tentativa de golpe de Estado.

A informação foi dada por Jana Nelson, ex-subsecretária de Defesa dos EUA, que aponta três níveis de possíveis sanções — cada um mais severo que o anterior.

Três possíveis frentes de sanções

Segundo Nelson, o governo americano estuda:

  1. Restrições de vistos: medida mais leve, atingiria diretamente brasileiros — especialmente autoridades e aliados de Bolsonaro — que desejam entrar em território americano.

  2. Sanções financeiras: congelamento de bens e restrições de transações bancárias, semelhantes às já aplicadas ao ministro do STF Alexandre de Moraes por setores ligados ao trumpismo.

  3. Bloqueios financeiros obrigatórios: o cenário mais grave, que exigiria que bancos internacionais bloqueiem ativos e operações financeiras relacionadas a indivíduos ou instituições brasileiras específicas. Porém, a medida ainda encontra obstáculos legais, devido à “base jurídica débil”, segundo a especialista.

Caso Charlie Kirk pode atrasar decisão

O processo decisório dentro da Casa Branca pode ter sido temporariamente adiado por conta do atentado contra Charlie Kirk, ativista conservador e aliado próximo de Donald Trump, baleado em Utah no dia 10 de setembro. O caso mobiliza atenção nacional nos EUA e impacta diretamente a base política do governo.

Trump como fator central

O papel do presidente Donald Trump é apontado como decisivo. Jana Nelson afirma que o avanço — ou não — das sanções dependerá do grau de envolvimento pessoal de Trump com o tema Brasil, especialmente considerando sua relação com a direita brasileira e com Jair Bolsonaro.

“A Casa Branca está se preparando para todos os cenários possíveis”, afirmou Nelson. “Mas o ritmo e a intensidade das sanções dependerão do quanto Trump deseja pressionar o governo brasileiro.”

Contexto de polarização

A decisão final, segundo a análise, será influenciada também pelo cenário político interno dos EUA, marcado por polarização extrema, onde decisões de política externa muitas vezes respondem mais à pressão de grupos políticos do que a consensos institucionais.

A possibilidade de novas sanções reacende o alerta no Itamaraty e no Planalto, que já monitoram com preocupação a escalada da retórica norte-americana, especialmente após ações simbólicas como o cancelamento de eventos com ministros brasileiros em solo americano.

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Bruno Rigacci

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