Paulo Figueiredo insinua que Cármen Lúcia não fez o próprio voto

O influenciador bolsonarista Paulo Figueiredo usou as redes sociais nesta quinta-feira (11/9) para criticar duramente a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), após o voto da magistrada no julgamento que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus acusados de participação em uma suposta trama golpista contra o resultado das eleições de 2022.

Em publicação no X (antigo Twitter), Figueiredo comparou Cármen Lúcia a uma estudante despreparada:

“Cármen Lúcia é claramente a coleguinha que está tendo que apresentar um trabalho para a turma que não foi ela que fez. Completamente insegura”, escreveu o influenciador, que é neto do ex-presidente João Figueiredo.

A declaração veio logo após o voto da ministra, que acompanhou o relator Alexandre de Moraes pela condenação dos réus. Com o posicionamento dela, a Primeira Turma do STF formou maioria pela condenação de Bolsonaro e de parte de seus ex-auxiliares mais próximos.

Placar e próximos passos

Até o momento, o placar é de 3 a 1 pela condenação de Bolsonaro, Ramagem, Garnier, Torres, Heleno e Paulo Sérgio. Em relação a Mauro Cid e Braga Netto, o placar já está em 4 a 0 pela condenação no crime de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito — restando apenas o voto do ministro Cristiano Zanin.

O ministro Luiz Fux, que divergiu da maioria, votou pela absolvição da maior parte dos acusados, gerando reações contundentes do governo Lula e de setores da esquerda.

Réus no julgamento

Os oito réus são acusados de envolvimento em um plano que, segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), buscava anular o resultado das eleições presidenciais de 2022. São eles:

  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República

  • Alexandre Ramagem, deputado federal (PL-RJ) e ex-diretor da Abin

  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha

  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça

  • Augusto Heleno, ex-ministro do GSI

  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens

  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa

  • Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice-presidente

A maioria dos ministros já entendeu que houve tentativa de golpe, sustentando que os acusados atentaram contra o Estado Democrático de Direito ao planejarem e apoiarem medidas ilegais para reverter o resultado eleitoral.

Escalada de ataques ao STF

A postagem de Paulo Figueiredo é mais um episódio na escalada de ataques de apoiadores bolsonaristas contra o Supremo Tribunal Federal, especialmente após julgamentos que envolvem o ex-presidente e aliados.

Integrantes do STF e analistas políticos têm alertado para o risco da crescente radicalização discursiva, especialmente em redes sociais, onde magistrados são frequentemente alvos de ofensas, campanhas de desinformação e intimidações.

Apesar da retórica inflamada, o STF tem reafirmado o compromisso com a responsabilização dos envolvidos em ações golpistas, prometendo manter a imparcialidade e a firmeza institucional diante das pressões externas.

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Bruno Rigacci

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