Michelle chora durante ato na Paulista: “Está pesado demais”
Durante manifestação realizada neste domingo (7), na Avenida Paulista, em São Paulo, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) foi às lágrimas ao discursar diante de milhares de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em tom emocionado e religioso, Michelle denunciou o que chamou de “perseguição política e religiosa” contra sua família e afirmou que o país vive uma “ditadura judicial”.
“Hoje eu choro, eu não queria estar chorando. Mas está pesado demais. É muita maldade que estão fazendo com a gente. Mas eu agradeço a Deus porque eu sei em quem eu tenho crido”, disse, visivelmente abalada.
A manifestação, intitulada “Reaja Brasil”, foi organizada por lideranças da direita, incluindo o pastor Silas Malafaia, e teve como principal pauta a defesa da liberdade de expressão, da liberdade religiosa e a anistia aos presos dos atos de 8 de janeiro de 2023. Também houve duras críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e apoio à possibilidade de Bolsonaro disputar as eleições de 2026.
Michelle denuncia perseguição religiosa
Michelle afirmou que está sendo impedida de realizar cultos religiosos em sua residência, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, e que precisa recorrer à casa de terceiros para orar.
“Eu estou tendo minha liberdade religiosa perseguida, pastor Silas. […] Eu tenho que ir hoje para a casa dos outros para orar toda semana. Eu não posso fazer um culto religioso [em casa], porque ele [Moraes] não permitiu.”
Segundo a ex-primeira-dama, há restrições impostas judicialmente não apenas a ela, mas também a pessoas próximas, o que estaria comprometendo práticas religiosas rotineiras da família.
“Bolsonaro está sofrendo, mas não vai desistir”
Michelle também falou sobre a situação do marido, que está atualmente em prisão domiciliar, por determinação do STF, e enfrenta acusações de tentativa de golpe de Estado. Ela reforçou que, apesar da perseguição, o ex-presidente “não vai desistir” e que há esperança na “justiça divina”.
“Bolsonaro ama sua nação e ama o seu povo. Está sofrendo, mas eu falo para ele todos os dias: ‘Você não vai desistir, porque tem um povo que te ama e te espera’. 2026 é logo ali, porque eu creio e confio na resposta de Deus para nossa nação.”
A líder do PL Mulher ainda destacou que não se trata de um “projeto de poder”, mas de um movimento por justiça e liberdade no país.
“Nós não estamos aqui por um projeto de poder. Dói na pele, dói na alma. Mas nós vamos vencer, porque estamos com a verdade.”
Clima político polarizado
A manifestação conservadora na Paulista ocorreu no mesmo dia em que movimentos de esquerda realizaram um ato na Praça da República, também na capital paulista. Segundo levantamento da USP, o ato da esquerda reuniu cerca de 8,8 mil pessoas. Já a manifestação na Paulista mobilizou uma multidão maior, embora estimativas oficiais não tenham sido divulgadas até o momento.
O discurso de Michelle reforça o tom de embate entre o Judiciário e os apoiadores de Bolsonaro, num momento em que o Supremo Tribunal Federal deve concluir nos próximos dias o julgamento contra o ex-presidente, que pode levá-lo à condenação criminal por suposta tentativa de subversão da ordem institucional.