Manifestação da esquerda em SP fracassa e reúne menos de 10 mil, diz USP

Uma manifestação convocada por lideranças de esquerda e centrais sindicais reuniu aproximadamente 8,8 mil pessoas neste domingo (7), na Praça da República, no centro de São Paulo. A estimativa foi divulgada pelo grupo Monitor do Debate Político, ligado ao Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), e coordenado por professores da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a ONG More in Common.

O levantamento utilizou inteligência artificial por meio do método Point to Point Network (P2PNet), que identifica automaticamente a presença de indivíduos em imagens aéreas. No total, foram analisadas 25 fotos tiradas em quatro horários distintos, cobrindo toda a área do protesto.

Metodologia e margem de erro

De acordo com a análise, o número de participantes variou entre 7.704 e 9.806 pessoas, com uma margem de erro de 1,1 mil. O modelo de contagem utilizado apresentou precisão de 72,9% e acurácia de 69,5% — índices considerados razoáveis para medição em eventos de grande aglomeração.

Ato foi resposta à manifestação da direita na Avenida Paulista

A mobilização da esquerda ocorreu no mesmo dia em que apoiadores da direita ocuparam a Avenida Paulista, em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e pela anistia dos presos dos atos de 8 de janeiro de 2023. O ato conservador foi batizado de “Reaja Brasil” e contou com a presença de líderes políticos, religiosos e familiares de presos políticos.

Entre os discursos mais comentados, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro emocionou o público ao afirmar que o marido “não vai desistir”, enquanto o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, fez críticas ao julgamento do ex-presidente no STF e pressionou o Congresso pela anistia.

Bolsonaro cumpre prisão domiciliar

Bolsonaro, que foi declarado inelegível em 2023 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), está atualmente em prisão domiciliar. Ele é acusado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de envolvimento em uma suposta tentativa de golpe de Estado. O julgamento deve ser concluído até sexta-feira (12), e pode ter desdobramentos políticos e judiciais relevantes para as eleições de 2026.

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Bruno Rigacci

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