Gonet solta frase absurda contra Bolsonaro no início do julgamento

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, protagonizou um dos momentos mais marcantes do julgamento que ocorre no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros acusados por uma suposta tentativa de golpe de Estado.

Durante sua manifestação nesta terça-feira (2), logo após o ministro Alexandre de Moraes apresentar seu extenso relatório, Gonet fez uma declaração que gerou reações imediatas dentro e fora do plenário:

“Quando o presidente da República e o ministro da Defesa se reúnem com comandantes militares, sob sua direção política e hierárquica, para consultá-los sobre a execução da fase final do golpe, o golpe, ele mesmo, já está em curso de realização”, afirmou o procurador.

A fala foi recebida com espanto por alguns setores e classificada como “absurda” por aliados do ex-presidente. Para o Ministério Público Federal, no entanto, a frase sintetiza o que seria a materialização da tentativa de ruptura institucional ocorrida após as eleições de 2022.

Gonet: Provas indicam tentativa de ruptura democrática

Na sua sustentação, Gonet reforçou que as provas reunidas — incluindo mensagens, depoimentos e documentos — “indicam a consumação de uma tentativa concreta de ruptura democrática”, e que o envolvimento de Bolsonaro na articulação com setores militares teria ultrapassado o limite da legalidade.

Julgamento sob tensão

Sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes, o julgamento tem sido apontado por críticos como politicamente carregado. Moraes, que também é relator de outros processos envolvendo o ex-presidente, tem sido alvo de duras críticas por parte de apoiadores de Bolsonaro, que alegam parcialidade no processo.

O clima é de tensão nas ruas e nas redes sociais. Nas últimas horas, conteúdos considerados “bombásticos” por bolsonaristas começaram a circular, prometendo revelações capazes de “abalar o sistema” às vésperas de uma decisão final do STF.

Resultado previsível?

Para muitos observadores políticos, o desfecho do julgamento parece caminhar para uma condenação, algo que, segundo aliados de Bolsonaro, “já estava definido antes mesmo da análise das provas”.

Ainda assim, o impacto político de uma eventual condenação promete ser profundo, abrindo novas frentes de batalha jurídica e política em um país cada vez mais polarizado.

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Bruno Rigacci

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