MST age novamente, mas dessa vez o “alvo” foi bem diferente

Cerca de 130 famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam nesta semana uma grande propriedade rural no interior do estado. A ação faz parte de uma estratégia do movimento para pressionar o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) a adquirir a área, atualmente pertencente a um banco, para inclusão no programa Terra da Gente, voltado à reforma agrária.

Segundo representantes do MST, a ocupação tem caráter simbólico e político, e busca chamar a atenção para a demanda por terra e por políticas públicas de assentamento. De acordo com o movimento, a fazenda estaria improdutiva, o que justificaria sua desapropriação conforme previsto na legislação agrária.

“Acreditamos que esta área pode cumprir um papel social relevante, dando condições de vida e produção para dezenas de famílias que hoje vivem em situação de vulnerabilidade”, afirmou um dos coordenadores regionais do MST.

Por outro lado, a ação reacendeu o debate sobre a segurança jurídica no campo. Entidades representativas do agronegócio e produtores rurais manifestaram preocupação com o aumento das ocupações durante o atual governo, e cobram uma atuação mais firme das autoridades para garantir o direito à propriedade privada.

A ocupação ocorre em um momento de retomada das ações do MST em diferentes regiões do país. Durante o governo Lula, o movimento tem intensificado suas mobilizações, com mais de uma dezena de ocupações registradas desde o início do mandato. O Palácio do Planalto evita comentar diretamente os casos, mas afirma que o governo está comprometido com o diálogo e com o fortalecimento da reforma agrária dentro dos marcos legais.

O Incra, por sua vez, informou por nota que “acompanha a situação e está analisando as condições da área ocupada”, mas não confirmou a existência de negociação para aquisição da fazenda mencionada.

A situação segue em andamento, sem decisão judicial de reintegração de posse até o momento.

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Bruno Rigacci

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