Informação vaza e revela que ministros do STF foram procurados a poucas horas do julgamento
Na reta final antes do julgamento do chamado “núcleo crucial” da suposta trama golpista envolvendo militares e aliados próximos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), advogados de defesa intensificaram nesta semana a movimentação nos gabinetes dos ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). O julgamento está marcado para começar nesta terça-feira (2).
O objetivo da ofensiva é reforçar os pedidos de absolvição ou, ao menos, de aplicação de penas mais brandas para os réus, entre os quais estão figuras centrais da investigação, como o general Augusto Heleno, o ex-ministro Anderson Torres, o ex-comandante do Exército Paulo Sérgio Nogueira e o tenente-coronel Mauro Cid, que fechou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República.
Nas últimas semanas, representantes das defesas vêm entregando memoriais — versões resumidas das teses jurídicas — e dialogando diretamente com os ministros, em uma tentativa de influenciar a interpretação dos magistrados antes das sustentações orais.
Entre os ministros já visitados estão Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma, o relator do processo Alexandre de Moraes, Luiz Fux e Flávio Dino — este último ainda com reuniões previstas para os próximos dias.
Entre os principais articuladores dessa ofensiva jurídica estão Matheus Milanez (defensor de Augusto Heleno), Eumar Novacki (Anderson Torres), Andrew Fernandes (Paulo Sérgio Nogueira), e o casal Cezar e Vânia Bitencourt, que defende Mauro Cid.
Fontes ligadas às defesas afirmam que o objetivo das reuniões é esclarecer pontos técnicos sensíveis das acusações, buscando influenciar o entendimento dos ministros antes que a fase de julgamento se inicie no plenário.
Além de Cid, Heleno, Torres e Nogueira, o processo também envolve nomes de peso como o ex-presidente Jair Bolsonaro, os generais Walter Braga Netto e Almir Garnier, e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), atual pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro.
O julgamento desta terça é visto como crucial por envolver a cúpula militar da suposta tentativa de ruptura institucional investigada pelo STF. A expectativa é que os votos dos ministros da Primeira Turma estabeleçam os primeiros parâmetros sobre o grau de responsabilidade dos acusados.