Começa uma estranha movimentação no Planalto na véspera do julgamento de Bolsonaro

A manhã desta segunda-feira (1º/9) começou sob forte esquema de segurança na Praça dos Três Poderes, em Brasília. O Palácio do Planalto amanheceu novamente cercado por grades de proteção, em meio ao clima de expectativa para o início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acusado de envolvimento em uma suposta trama golpista para subverter o resultado das eleições de 2022.

O processo será analisado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) a partir desta terça-feira (2), com previsão de se estender até o dia 12 de setembro. Além de Bolsonaro, outros sete réus estão incluídos na ação, entre eles militares da reserva e ex-integrantes do alto escalão do governo.

A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) anunciou o reforço no policiamento da região com a criação de uma Célula Presencial Integrada de Inteligência, que atuará em tempo real durante o período do julgamento. A estrutura reúne órgãos de segurança locais e federais, com foco na prevenção de eventuais atos de agitação ou manifestações de maior escala.

O monitoramento será feito por meio de drones com câmeras térmicas, capazes de operar 24 horas por dia e realizar varreduras em áreas estratégicas da Esplanada dos Ministérios e arredores. O policiamento também foi ampliado nas vias S1 e S2, principais acessos ao STF e ao Palácio do Planalto.

Apesar do clima tenso, até o momento, não há registro de protestos ou confrontos, mas a presença ostensiva das forças de segurança indica a preocupação das autoridades com possíveis mobilizações de apoiadores do ex-presidente nos próximos dias.

O julgamento é considerado um dos momentos mais decisivos do ano político e jurídico no país. A expectativa é de que os ministros analisem as provas levantadas pela investigação da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República, incluindo mensagens interceptadas, delações premiadas e documentos apreendidos em operações anteriores.

O STF ainda não divulgou a ordem das sustentações orais nem se o julgamento será contínuo ou segmentado ao longo da semana.

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Bruno Rigacci

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